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Ceci Cunha foi executada por policiais, diz defesa

Geral – 19/01/2012 – 08:01

Após argumentar sobre a ausência de motivos para que o réu Talvane Albuquerque tramasse a morte da deputada Ceci Cunha, o advogado da defesa, Welton Roberto, começa a detalhar os argumentos para ligar o crime à guerra das milícias.

Segundo ele, o depoimento do policial Wolkmar deixa claro que Ceci foi executada por policiais. Seriam eles, Robson Rui, Sinvaldo, Fininho e Valter Dias e que a maior parte do dinheiro pelo serviço teria sido paga pelo ex-governador Manoel Gomes de Barros.

Welton Roberto disse ainda que a morte de Valter Santana, inclusive, teria sido motivada pela divisão do dinheiro da Chacina da Gruta.

Durante sua tese de defesa, ele disse ainda que Chapéu de Couro é um conhecido pistoleiro, condenado por matar um delegado da Polícia Civil de Goiás, que criou uma história entre Augusto Farias e Talvane Albuquerque para ganhar dinheiro. Mas foi dada a este pistoleiro toda a credibilidade e a chance de o mesmo prestar depoimento em um hotel em São Paulo, no que mais parecia um bate-papo com o delegado federal.

“Chapéu de Couro depois se arrepende e resolve ficar bonzinho e contar toda a história incriminando o ex-deputado Talvane. Sobre o relacionamento com um pistoleiro, Talvane já foi condenado, perdendo o mandato de deputado federal, mas Augusto Farias também se relacionava com ele e não foi excluído da Câmara dos Deputados”, argumentou.

A defesa argumentou que Talvane não tinha necessidade de ter imunidade parlamentar. Mesmo se a tivesse, teria saído para deputado estadual porque a prerrogativa seria a mesma. Mas, segundo Chapéu de Couro, esse foi o motivo que ouviu do ex-deputado para mandar matar Augusto Farias ou Ceci Cunha.

A defesa argumenta ainda que não haveria qualquer interesse do ex-deputado em contratar Chapéu de Couro, já que, segundo o depoimento do pistoleiro, os assessores de Talvane já tinham feito todo o levantamento, comprado as armas, os coletes e os carros. “Qual o interesse na contratação? Para que pagar R$ 200 mil a Chapéu de Couro? Temos que usar a lógica senhores jurados”, apelou Welton Roberto.

No fim da sua fala, o advogado afirmou que a única pessoa reconhecida pelo jardineiro Valmir, também sobrevivente da chacina, foi justamente Chapéu de Couro.

A defesa começa a desenrolar sua tese, com o advogado Welton Roberto, de que a chacina foi brutal, mas que os jurados devem partir do ponto de que os réus são inocentes e não culpados. Só devem julgar com base nas provas.

Welton Roberto nega que haja conspiração, mas ressalta que não conseguiu entender a questão das ligações, já que no mesmo dia do crime, o Ministério Público Federal e o assistente de acusação diz que Talvane estava em Maceió, Arapiraca e Brasília. “Também, basta morar em Maceió para saber que não se consegue sair do Jacintinho ao Salvador Lyra em dez minutos, no horário de pico”, disse.

“Não entendi porque em menos de três horas depois de um crime onde morre uma deputada federal, o comandante da Polícia Militar mandou prender o deputado federal Talvane Albuquerque e dois de seus assessores, um deles detido na cidade de Penedo e levado para Arapiraca e depois Maceió”, sustentou.

Welton Roberto segue, afirmando que o comandante-geral não poderia mandar prender ninguém. “Só poderia por ordem da Justiça”, diz o advogado de defesa.

Sobre o reconhecimento de Claudinete, irmã de Ceci Cunha e sobrevivente da chacina da Gruta, Welton mostra um depoimento dado por ela em que fala a Polícia Civil, na época, onde diz que não tinha condições de fazer o retrato falado do atirador que matou as vítimas. “Como pode então, depois de tantos anos, reconhecer o réu Jadielson?”, questionou o advogado.

Ele afirma que a investigação foi direcionada, desde o início, para o deputado Talvane Albuquerque. “Tanto é que o delegado, na época, já perguntou sobre como era a relação de Ceci com o deputado Talvane”, ressaltou Welton Roberto.

O advogado de defesa Roberto Pontes também contesta o reconhecimento de Claudinete, pelo fato de que Jadielson tem uma grande cicatriz no rosto e, em momento algum depois do crime, a sobrevivente da chacina mencionou que o matador de Ceci Cunha tivesse qualquer marca. Ele argumentou ainda que, apesar de a sobrevivente ter reconhecido o réu na segunda-feira (16), em outro depoimento ela teria afirmado não ser possivel reconhecer o acusado pelos olhos.

A defesa exibe parte da entrevista dada por Claudinete ao programa Fantástico, onde diz que ouviu do matador após o primeiro tiro dado em sua sogra: “a deputada não é esta”.

“Será que Jadielson ou qualquer outra pessoa de Arapiraca não iria reconhecer a deputada federal? Quanto mais um assessor de um outro deputado federal”, indagou outro advogado de defesa, Júlio Gomes.

Fonte: G1

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