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segunda-feira, 3 de novembro, 2025

Brasil reduz emissões de gases do efeito estufa em 16,7% e registra maior queda em 16 anos

Redução foi puxada pela diminuição do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, segundo o Observatório do Clima

O Brasil emitiu 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO₂e) em 2024, registrando queda de 16,7% nas emissões brutas de gases de efeito estufa em relação ao ano anterior, quando foram contabilizadas 2,576 GtCO₂e. Quando consideradas as emissões líquidas, que descontam a captura de carbono por florestas secundárias e áreas protegidas, a redução é ainda maior, chegando a 22%.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (3) pelo Observatório do Clima, na 13ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG). O levantamento reúne informações de cinco grandes setores: mudança de uso da terra, agropecuária, energia, processos industriais e resíduos.

A queda é a maior registrada nos últimos 16 anos e a segunda mais expressiva da série histórica iniciada em 1990, quando foi observada uma redução de 17,2%.

Segundo o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, o resultado reforça a posição do Brasil na COP30, conferência mundial sobre mudanças climáticas que começa em 10 de novembro. Ele destacou que poucos países do G20 chegam ao evento com reduções tão expressivas nas emissões.

SETORIAL

Em 2024, do total de 2,145 bilhões de toneladas emitidas, o setor de mudança de uso da terra respondeu por 42% das emissões, a agropecuária por 29%, o setor de energia por 20%, resíduos por 5% e processos industriais por 4%.

O uso da terra continua sendo o principal responsável pelas emissões brasileiras desde o início da série histórica. No último ano, o setor gerou 906 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, sendo 98% decorrentes do desmatamento.

De acordo com Bárbara Zimbres, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), a redução nas emissões está diretamente ligada ao maior controle sobre o desmatamento. Ela informou que o setor teve uma queda de 32% nas emissões brutas em 2024.

A Amazônia registrou redução de 41% nas emissões, o Cerrado diminuiu 20% e o Pantanal teve a queda mais expressiva proporcionalmente ao seu território, com 66%. Apenas o Pampa apresentou aumento, com alta de 6%.

A agropecuária teve recuo de 0,7% nas emissões, enquanto os setores de energia, processos industriais e resíduos registraram aumentos de 0,8%, 2,8% e 3,6%, respectivamente.

ESTADOS

Entre os estados, Rondônia, Pará e Mato Grosso lideraram as reduções, com quedas de 65%, 44% e 44%. Já Minas Gerais, Piauí, Roraima, Rio Grande do Sul e Sergipe registraram aumento nas emissões em relação a 2023.

LÍQUIDAS

O total de emissões líquidas do país, em 2024, foi de 1,49 GtCO₂e, considerando a captura de carbono por florestas secundárias e áreas protegidas. Com isso, o setor de uso da terra registrou redução de 64% nas emissões, passando de 685 milhões para 249 milhões de toneladas de CO₂ equivalente entre 2023 e 2024.

Essa diminuição reposiciona o setor em segundo lugar nas emissões líquidas nacionais, com 17% do total, enquanto a agropecuária passa a liderar, respondendo por 42% da poluição líquida do país.

QUEIMADAS

O SEEG considera as queimadas em um estudo à parte, não somando esses dados ao inventário de emissões por mudança de uso do solo. Mesmo assim, o levantamento mostra aumento expressivo nas áreas queimadas em praticamente todos os biomas em 2024.

Segundo Bárbara Zimbres, o volume de emissões por fogo foi duas vezes e meia maior do que no ano anterior. Se as queimadas fossem contabilizadas no inventário principal, as emissões líquidas do país poderiam ser até 30% maiores na média dos últimos 10 anos e, em 2024, quase dobrariam no setor de uso da terra.

Com informações Agência Brasil

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