Geral – 07/02/2012 – 13:02
Rubens Barrichello teve uma carreira impressionante, mas precisa reconhecer que chegou a hora de parar. A avaliação é do ex-dono de equipe Eddie Jordan, primeiro chefe do brasileiro na Fórmula 1.
Depois de 19 temporadas consecutivas na principal categoria do automobilismo, Barrichello ficou sem vaga no grid de 2012 e negocia agora uma posição na Fórmula Indy. O piloto realizou testes animadores nos Estados Unidos com o carro da KV Racing, que já conta com o brasileiro Tony Kanaan na equipe.
O acordo ainda não foi concretizado, mas as chances de Rubinho migrar para os circuitos americanos são grandes. Para Eddie Jordan, que atualmente é comentarista da emissora britânica BBC, a mudança seria um erro.
“Eu amo o Rubens. Temos uma história juntos desde que ele tinha 19 anos de idade. Adoro a família dele, adoro os pais dele, mas acho que ele deveria se aposentar com dignidade”, avaliou Jordan em entrevista ao Terra em Londres, durante cerimônia do Laureus, a maior premiação do esporte.
O ex-dirigente da Fórmula 1 não hesitou em condenar os planos de Barrichello e ainda pediu para que o piloto se aposente. “O que eu penso é que o Rubens teve uma carreira inacreditável. Começou na Jordan, correu pela Ferrari e agora precisa terminar com a Williams. Ele deveria estar feliz de deixar a Fórmula 1 com uma história tão impressionante. Eu gostaria que ele parasse”, afirmou.
O brasileiro chegou a dizer que não descarta um retorno à Fórmula 1 nos próximos anos. Citou o caso do heptacampeão mundial Michael Schumacher, que retornou às pistas depois da aposentadoria oficial.
No entanto, Eddie Jordan não acredita que Barrichello terá a mesma sorte. Ao ser questionado sobre um eventual retorno, o comentarista foi direto. “Sem chance”, disse ao fazer o sinal da cruz com os dedos sugerindo que o brasileiro estaria “morto” na categoria.
Já o bicampeão de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, discorda da avaliação. Depois de se aposentar e ficar quatro anos fora das competições, o piloto migrou para os EUA. Na Indy, foi campeão em 1989 e venceu duas vezes as 500 milhas de Indianápolis.
Fittipaldi acredita que a decisão depende de alguns fatores. “O coração dele. Se ele está motivado para acelerar, se quer continuar, acho que ainda é uma alternativa muito legal. É um pouco diferente de quando eu guiei lá com o Nigel, mudou muito. Mesmo assim, ele vai se divertir no que mais gosta, que é corrida de automóvel”, ponderou.
Entretanto, o ex-piloto reconhece que hoje os circuitos ovais americanos estão ainda mais perigosos. “O oval hoje está pior do que era antes. Porque atualmente andam três, quatro carros lado a lado. Por isso o risco é maior do que na época que eu corria. Mas é um risco que ele sabe que sabe que vai precisar assumir”, completou.
Também em Londres, o ex-piloto David Coulthard evitou polemizar a decisão de Barrichello investir nos EUA. “Evidente que depois de 19 temporadas, as oportunidades para ele na Fórmula 1 se acabariam. Mas eu desejo ao Rubens muita sorte nos Estados Unidos. Tivemos ótimo relacionamento durante toda a minha carreira e espero que ele tenha sucesso porque é apaixonado por automobilismo”, declarou.
Fonte: Terra


