José Augusto Dias, o Baratta do ABADÁ-Capoeira, destacou como a capoeira se tornou uma ferramenta poderosa de desenvolvimento e apoio para jovens e pessoas com TDAH
Em uma entrevista ao programa “A Hora da Notícia”, da rádio 96,9 FM Caçula, nesta terça-feira (15), José Augusto Dias, o Baratta do ABADÁ-Capoeira – figura pública e respeitado nome no esporte e na capoeira de Três Lagoas – trouxe à tona a profunda conexão entre essa arte marcial brasileira e o desenvolvimento social, com um foco especial em seu papel no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A conversa, conduzida por Augusta Rufino e Vinícius Leal, ganhou ainda mais relevância com a proximidade do Dia Mundial do TDAH, celebrado em 13 de julho.
Baratta ressaltou que a capoeira é intrinsecamente brasileira, atuando como um elemento cultural que “abrasileira o brasileiro”. Assim como outras lutas orientais representam seus povos, a capoeira fortalece a identidade nacional, promovendo um senso de pertencimento e valorização pessoal. Ela vai além da luta, incorporando dança, música e teatralidade, com o berimbau como seu símbolo mais marcante.
Baratta enfatizou o espírito comunitário da capoeira, visível nas rodas e na diversidade de alunos de todas as idades e classes sociais. Ele destacou ainda a oferta de bolsas gratuitas para quem não pode pagar, sublinhando o compromisso do grupo com a inclusão. A roda de capoeira, comparada a uma ciranda ou roda de samba, ilustra a natureza colaborativa e unificadora da prática.

CONTROLE E TRANSFORMAÇÃO
Um dos pontos centrais da entrevista foi o impacto positivo da capoeira no apoio a pessoas com TDAH. Baratta explicou que a capoeira estimula “movimento lógico, controle de estímulos, comando e ação”, elementos cruciais para quem lida com impulsividade e dificuldades de concentração. “Tudo isso é muito rápido no TDAH e a capoeira pode auxiliar”, afirmou.
A prática incentiva o autocontrole e a regulação de impulsos através de repetições e da necessidade de atenção ao ritmo e movimentos. “Aprende a controlar os impulsos, ficar mais calmo e usar a razão”, explicou Baratta, deixando claro que não se trata de uma cura, mas de um controle eficaz dos sintomas. O uso da palma, o primeiro instrumento, já exige ritmo e autocontrole. A coordenação para tocar diversos instrumentos e a dinâmica do jogo, onde se joga “com a outra pessoa e não contra”, reforçam a colaboração e o foco.
Baratta observou mudanças notáveis em alunos com TDAH, descrevendo a capoeira como uma “farmácia” que oferece “remédio para tudo e para todos”. Ele finalizou afirmando que o grupo ABADÁ-Capoeira incentiva seus professores a estudar continuamente sobre neurodivergências, reforçando o apoio e a compreensão a todos os alunos.
MATRÍCULAS
Em Três Lagoas, o grupo ABADÁ-Capoeira, liderado por Baratta, opera em três núcleos, facilitando o acesso à prática:
- Professor Panda: CTF 365, na Rua João Carrato, 1066, centro.
- Professor Vaquejada: Academia Moove, Rua Egídio Thomé, Nº 3129, Jardim Alvorada.
- Professor Baratta: Hard Core Gym, Avenida Capitão Olyntho Mancini, 47 – Centro.