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Avó se emociona ao ter bebê com ‘ossos de vidro’ em casa pela 1ª vez

18/02/2014 – Atualizado em 18/02/2014

Vizinhos comemoram chegada da criança e prometem dar apoio à família.Internado desde que nasceu, bebê de 1 ano e 5 meses recebeu alta médica.

G1

O bebê de 1 ano e 5 meses, diagnosticado com uma doença rara popularmente conhecida como “ossos de vidro”, começou uma nova fase na casa da avó materna, Juraci Quintino, no Setor Jardim Caravelas, em Goiânia. Desde que nasceu, o menino vivia no hospital. No primeiro dia após receber alta médica, ele recebeu a visita de vários vizinhos, que se emocionaram com a história de superação da criança.

Muito emocionada, Juraci, quem tem a guarda provisória do neto, comemora a chegada dele à sua casa. “Estou chorando de emoção, de felicidade. Aqui é o lugar dele. Vou fazer tudo por ele. Ele precisa de muito amor e carinho e eu vou dar”, Na segunda-feira (17), logo que a criança chegou do Hospital da Criança, várias pessoas foram à casa dar as boas-vindas ao novo morador do bairro. Entre elas, a vizinha Rita de Cássia, de 28 anos.

Mãe de dois filhos, ela estava ansiosa para a chegada do bebê. “Sou muito apegada com criança. Estava contando o dia de ele chegar. Ele é da idade do meu filho e quero que eles brinquem juntos. Sempre que a dona Juraci precisar, eu vou ter o maior prazer de ajudar”, afirma.Segundo a avó, a companhia das pessoas é importante para o neto, pois ele se desenvolveu mais desde que passou a receber visitas. “A médica me disse que assim que o caso
veio à tona, muitas pessoas foram visitá-lo [no hospital]. Com isso, ele desenvolveu muito, ficou mais espertinho e se movimentando mais”, conta.Para acolher o neto da melhor forma possível, a casa foi pintada e a sala se transformou no quarto do bebê e dos avós, que devem dormir no mesmo cômodo.

Juraci também comprou um guarda-roupa novo para guardar as coisas do menino. A maioria foi doada enquanto ele estava no hospital. Tudo que o bebê ganhou foi levado para a residência, entre elas, o berço e um ursinho, que é o brinquedo preferido dele.Mesmo recebendo alta médica, a criança precisa continuar a tomar remédios nove vezes ao dia, sendo quatro tipos diferentes de medicação. Quanto a alimentação, além de leite, ele já come sopa batida no liquidificador.

A avó acredita que não terá dificuldade para cuidar do neto. “Eu tinha uma menina de dois anos e ganhei gêmeos. Cuidei de três crianças ao mesmo tempo e dei conta. Então creio que também vou dar conta de cuidar dele”, afirma.
Transporte

Juraci só teme em relação ao deslocamento do neto. “Eu não tenho carro e ele não pode andar de ônibus. Fico pensando como vou fazer para levar ao hospital, mas um vizinho já me disse que qualquer hora que eu precisar ele pode me levar lá. Vou contar com o apoio das pessoas”, espera.

A equipe médica do Hospital da Criança que acompanhou o bebê desde o nascimento também se prontificou a ajudar a avó. “Eu, pessoalmente, quero ir à casa dele, ver como ele está indo. Também me coloquei à disposição da avó para tirar todas as dúvidas que possam surgir. Os cuidados com ele são diferentes do que de uma criança comum, mas nada impossível de se adaptar”, destacou a pediatra Paula Pires.

Guarda

O drama sobre quem cuidará do bebê começou quando a mãe, que não quis se identificar, ficou sabendo que o filho teria diversas restrições por causa da doença e precisaria de cuidados especiais. Ela e o marido, que têm outro bebê de quatro meses, optaram por doar a criança. “Ele precisa de muita atenção. Decidi dar para adoção porque eu não tenho condição de ficar com ele”, afirmou a mulher.

A avó diz que, após saber que ela ficaria com o bebê, a filha chegou a dizer que iria ajudá-la. “Espero que isso aconteça, pois será bom para ele crescer ao lado dos dois irmãos. Mas, além dela, também estou recebendo o apoio do meu companheiro e os meus outros filhos, que me apoiaram quando eu decidi assumir a responsabilidade de cuidar dele”, explicou Juraci.Acompanhamento

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A conselheira tutelar Divina Pereira dos Santos diz que a família será acompanhada constantemente até que o processo de adaptação seja concluído. “Vamos monitorar sempre, principalmente para que o bebê receba os cuidados médicos de que precisa”, afirmou.

Para ela, entregar o bebê para os cuidados da avó é uma vitória. “Estou muito alegre em saber que ele terá o convívio da família, que é tão importante para as crianças. Isso trará muitos benefícios para ele, que é quem deve ser avaliado em primeiro lugar. Da nossa parte, ajudaremos no que for necessário para que dê tudo certo”, ressaltou a conselheira.

A assistente social do Conselho Tutelar Roseneide Teles disse que o bebê tem direito a uma pensão e que a documentação está encaminhada. “Já fizemos a solicitação do benefício para ele e estamos no aguardo. Mas em breve essa ajuda financeira deve estar liberada”, estimou.’Ossos de vidro’

Conhecida como ‘ossos de vidro’, a osteogênese imperfeita ocorre por uma deficiência na produção de colágeno, proteína que dá sustentação às células dos ossos, tendões e da pele. Por causa da enfermidade, o bebê de 1 ano e 4 meses nasceu com inúmeras fraturas pelo corpo, razão pela qual foi levado diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Durante nove meses, o menino respirou com a ajuda de aparelhos.

Mesmo na UTI, o bebê quebrou o braço duas vezes ao brincar com um chocalho. Apesar das fraturas, segundo a pediatra Paula Pires, ele é uma criança forte e está se recuperando. Segundo a fisioterapeuta Fernanda Ameloti Gomes Avelino, “ele entende tudo, tem um funcionamento cognitivo (cerebral) bom, só precisa mesmo de estimulação multidisciplinar para que consiga, dentro dos seus limites, uma independência maior”.

Juraci cuida de neto com 'ossos de vidro'

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