O câncer de pulmão tem se tornado uma preocupação crescente entre mulheres que nunca fumaram, com um aumento significativo nos casos diagnosticados. Um estudo recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que o adenocarcinoma, tipo mais comum da doença entre não fumantes, responde por quase 60% dos casos em mulheres, em comparação com 45% nos homens.
Vários fatores podem estar impulsionando esse aumento, com destaque para a poluição do ar, mutações genéticas e alterações hormonais. A poluição, especialmente partículas microscópicas como o PM2,5, é um dos principais vilões, afetando diretamente o pulmão feminino, cujas vias aéreas são mais estreitas do que as dos homens, facilitando o acúmulo de poluentes. Além disso, os hormônios, como o estrogênio, podem influenciar o desenvolvimento de tumores, já que o estrogênio está relacionado ao crescimento celular anormal.
Mutações genéticas, como no gene EGFR, também desempenham papel importante no câncer de pulmão em mulheres não fumantes. A descoberta de tais mutações tem sido facilitada por avanços em testes genéticos, mas a exposição a poluentes continua a ser um fator de risco significativo. Outro aspecto importante é a relação com doenças autoimunes, que são mais prevalentes entre as mulheres, podendo aumentar a probabilidade de inflamações crônicas nos pulmões, o que favorece o desenvolvimento do câncer.
Além disso, a exposição doméstica à poluição, como fumaça proveniente de queimadores de madeira ou carvão, pode ser ainda mais prejudicial às mulheres, que frequentemente passam mais tempo em ambientes fechados.
Com a expectativa de vida aumentando, o acúmulo de anos de exposição a esses fatores coloca as mulheres em um risco ainda maior. A combinação de fatores genéticos, hormonais, ambientais e imunológicos tem tornado o câncer de pulmão uma preocupação crescente para esse grupo, demandando mais estudos, prevenções e tratamentos eficazes.