24/05/2014 – Atualizado em 24/05/2014
Por: Correio do Estado
O paciente Leandro de Oliveira, de 30 anos, professor de matemática da rede municipal de ensino de Campo Grande começará a ouvir os sons diferenciados da natureza. Submetido a uma cirurgia de implante coclear – ‘ouvido biônico’ – no dia 25 de abril, pelo médico Rafael Pontes Ribeiro, no Hospital São Julião, o aparelho será ativado dia 28 de maio, às 9h, na sede da Audibel (Rua Goiás, 405, Jardim dos Estados).
“Ele passou muito bem depois da cirurgia. Os pontos foram tirados dentro do prazo e a cicatrização foi perfeita”,, diz o médico.
No dia da cirurgia, o paciente Leandro de Oliveira, comunicando-se através de leitura orofacial, afirmou que tinha certeza que essa cirurgia seria um marco na sua vida.
“Quando ativar o aparelho e, eu, enfim, puder ouvir – e, aos poucos, entender – o que se passa a minha volta, serei um homem mais comunicativo e feliz. Sei que terei que participar de várias sessões de fonoaudiologia para aprender a entender o mundo dos sons e tenho certeza que vou conseguir me comunicar muito melhor”, disse ele.
Avanço da bioengenharia
Considerado o segundo procedimento cirúrgico que garante melhor qualidade de vida para bebês que necessitam dele pela OMS (o primeiro é o marca-passo cardíaco), o implante coclear existe há 30 anos no Brasil. E é um procedimento pago pelo SUS, em várias regiões do Brasil – são mais de 18 centros de alta complexidade em estados como Pará, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O implante coclear é indicado para quem tem surdez severa e profunda e é formado por três partes. Na cirurgia, a parte interna do implante é colocada na cóclea – há um feixe de eletrodos que vão fazer a parte das células ciliadas existentes nos ouvidos dos ouvintes – e um fio que vai até o nervo auditivo. A parte externa é composta por microprocessador, antena e controle remoto.
“No momento da ativação, o paciente vai receber a parte externa e a fonoaudióloga irá ligar o aparelho, equilibrando para conforto dele, os tons graves e agudos. Depois, ela o ajudará a discriminar as novas palavras que ouvir e entender os sons que começar a escutar”, diz ele.
“Será um marco na otorrinolaringologia da capital sul-mato-grossense. É a primeira vez que essa cirurgia foi realizada aqui”, finaliza o médico.