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terça-feira, 29 de julho, 2025

Assassinatos de indígenas aumentam mais de 200% em uma década

Violência contra os povos originários cresce com estagnação das demarcações e vigência do Marco Temporal

O número de indígenas assassinados no Brasil aumentou 201,43% nos últimos dez anos, passando de 70 mortes em 2014 para 211 em 2024, conforme o relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

A maioria das vítimas era do sexo masculino (159), com 52 mulheres assassinadas. A faixa etária mais atingida foi a de 20 a 29 anos, que concentrou 34% dos casos (71 vítimas).

Estados com mais assassinatos

Os estados com maior número de mortes de indígenas por assassinato em 2024 foram:

  • Roraima: 57 casos
  • Amazonas: 45 casos
  • Mato Grosso do Sul: 33 casos
  • Bahia: 23 casos

Violência generalizada contra indígenas

Além dos assassinatos, o relatório do Cimi registrou 424 episódios de violência contra a pessoa indígena em 2024, frente a 248 em 2014. As ocorrências foram divididas em nove categorias:

  • Abuso de poder (19)
  • Ameaça de morte (20)
  • Ameaças diversas (35)
  • Assassinatos (211)
  • Homicídio culposo (20)
  • Lesões corporais (29)
  • Racismo e discriminação étnico-cultural (39)
  • Tentativa de assassinato (31)
  • Violência sexual (20)

Marco Temporal acirra tensões territoriais

O ano de 2024 foi o primeiro de vigência da Lei 14.701/2023, conhecida como Marco Temporal, aprovada pelo Congresso e sancionada em dezembro de 2023. De acordo com o Cimi, a norma coloca os direitos territoriais indígenas em uma situação de vulnerabilidade sem precedentes desde a Constituição de 1988.

Conflitos em Terras Indígenas

Foram registrados 154 conflitos por direitos territoriais em 114 Terras Indígenas, distribuídas em 19 estados. Os ataques mais violentos ocorreram nos seguintes territórios:

  • Guarani e Kaiowá (MS)
  • Avá-Guarani (PR)
  • Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe (BA)

O Cimi alerta que cerca de dois terços das terras com conflitos (78 áreas) não estão regularizadas. Essas regiões concentraram 101 dos 154 conflitos registrados.

Estagnação nas demarcações

O relatório destaca que a nova legislação provocou a estagnação quase total dos processos de demarcação de terras, devido à insegurança jurídica gerada pelos critérios introduzidos pela Lei 14.701/2023, considerados “inexequíveis” pela Funai.

Posição do Ministério dos Povos Indígenas

Em resposta à imprensa, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) reafirmou sua posição contrária ao Marco Temporal. A pasta informou que desde 2023 o governo federal:

  • Homologou 13 territórios indígenas
  • Assinou 11 portarias declaratórias

“O total já supera as homologações feitas na década anterior”, destacou o ministério. O MPI defendeu a busca de soluções definitivas para a paralisação das demarcações e a intensificação dos conflitos fundiários, agravados pela nova legislação.

Com informações Agência Brasil

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