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quinta-feira, 2 de maio, 2024

Após investir R$ 80, casal lucra R$ 3 milhões por ano fabricando ossos artificiais

22/09/2014 – Atualizado em 22/09/2014

Projeto do casal ao concluir a faculdade, em 1994, era fabricar barcos de passeio

Por: R7

O casal de empreendedores Fabiana Franceschi e Paulo Costa Silva abriu mão do projeto pessoal de construir barcos de passeio e investiu R$ 40 cada um em uma ideia inusitada: fabricar ossos artificiais. Eles abraçaram a oportunidade que surgiu em 1995, logo após os dois concluírem a faculdade de administração de sistemas de navegação fluvial, na cidade de Jaú.

Fabiana conta que com os R$ 80 eles começaram a produzir e vender anjinhos artesanais de resina, materiais que seriam usados na fabricação dos barcos, o que deu origem à ideia de iniciar o negócio com os ossos.

— Fazendo os anjinhos [com resina], uma pessoa perguntou se não conseguiríamos reproduzir ossos (…) Essa mesma pessoa passou para a gente um fêmur humano. Nós fomos atrás e, até que em algum tempo, deu certo. A partir daí, ele mesmo se interessou, gostou e encomendou outra peça.

Até então, esse tipo de produto não era produzido em território nacional e as próteses fabricadas por eles para auxiliar o treinamento dos cirurgiões e realizar demonstrações eram importadas, doadas ou improvisadas com o uso de cabos de madeira.

Segundo Fabiana, todo o lucro obtido nos primeiros anos do projeto era reinvestido na empresa e hoje o faturamento anual da companhia é de, aproximadamente, R$ 3 milhões. Apesar do sucesso, a empreendedora mantém os pés no chão e afirma que a consciência e a precaução foram essenciais para a evolução do negócio.

— A ideia não é se basear no faturamento, mas na criatividade e em tudo que a gente fez. Isso abre uma possibilidade de passar para as pessoas que com vontade, com persistência e com criatividade você consegue multiplicar.

De acordo com a empresária, no início do projeto, foi necessário “catequizar” os clientes para mostrar que a utilização de ossos artificiais nesses nichos de mercado impedem problemas como a contaminação (que pode ser causada pelo uso de ossos de porcos) e o sacrifício de animais para retirada dos ossos.

Entre os principais clientes da fábrica aparecem empresas de próteses ortopédicas, faculdades e cursos de implantes, principalmente dentários. De acordo com a Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios), 19 anos depois, eles seguem como os únicos fabricantes do gênero no Brasil.

A empresa do casal também realiza a exportação dos produtos, parcela que corresponde a cerca de 10% da participação total da fábrica. Para Fabiana, o volume de produtos vendidos para o exterior ainda é pequeno.

— A gente está fortalecendo essa parte de exportação a cada ano (…) Existe certa barreira com os produtos por não serem fabricados na Europa. Então, estamos investimento e abrindo o mercado.

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Fabiana ainda classifica a persistência como principal fator para o sucesso do negócio.

— Foi difícil as pessoas acreditarem, mas a gente acreditou. Quando a gente viu, no início, que poderia dar certo e que as pessoas gostaram do produto, isso foi nos abastecendo, e nós fomos acreditando cada vez mais (…) As oportunidades vão aparecendo e a gente vai se adaptando. Muitas vezes algo inesperado pode ser a luz da sua vida.

Ao ser questionada sobre a possibilidade de dar andamento ao projeto com os barcos, Fabiana afirma que o “barco naufragou antes de começar”. Para ela, o objetivo agora é outro:

— Nossa meta é levar pelo menos um distribuidor para cada Estado, principalmente para os Estados que têm faculdade na nossa área. Atualmente, a Nacional Ossos conta com 40 funcionários para produzir um estoque com os produtos de maior demanda e também está aberta para encomendas personalizadas. Os preços dos produtos fabricados pelo casal variam de R$ 10 (preço cobrado pelas vértebras) a R$ 600 (preço de produtos de coluna).

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