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Três Lagoas
quarta-feira, 16 de julho, 2025

Aos 80 anos, Carlos Paiva mantém viva a tradição do comércio em Três Lagoas

Dono das Casas Marina, comerciante relembra trajetória iniciada nos anos 1990, marcada por desafios como o Plano Collor e a pandemia, mas também por fidelidade de clientes e amor pela profissão

No Dia do Comerciante, celebrado nesta terça-feira (16), o empresário Carlos Paiva, de 80 anos, compartilha sua trajetória de mais de três décadas à frente das Casas Marina, loja tradicional localizada em Três Lagoas. A entrevista foi concedida ao programa A Hora da Notícia, da Rádio Caçula FM 96.9. Fundado nos anos 1990, o empreendimento nasceu em um dos períodos mais críticos da economia brasileira: o início do Plano Collor.

“Comecei nos anos 90, numa época muito difícil”, relembra. Naquele momento, o governo federal implementou uma série de medidas econômicas emergenciais que incluíram o bloqueio temporário de poupanças e contas bancárias da população. A medida, prevista na Medida Provisória 168 e convertida na Lei nº 8.024, buscava conter a hiperinflação, mas teve forte impacto sobre a economia e a vida cotidiana dos brasileiros.

Apesar do cenário adverso, o comerciante decidiu seguir adiante com o projeto. “Tivemos uma dificuldade muito grande, mas com a graça de Deus conseguimos vencer. Agradeço a Deus e tive uma freguesia muito boa, e ainda continuo até hoje.”

Segundo ele, a relação com os clientes é o que sustenta a loja até hoje. “Ainda tem amigos que são clientes desde os anos 90 e continuam firmes até hoje.”

Na contramão de muitos, que optaram por segurar investimentos à época, ele apostou na abertura do negócio. “A gente teve época difícil, principalmente agora, esses últimos anos foram muito complicados também por causa da pandemia, mas conseguimos vencer, e estamos aí continuando firme. Espero que iremos longe.”

As Casas Marina, desde o início, mantêm uma proposta diversificada, oferecendo desde confecções e calçados até material escolar, aviamentos e artigos de bazar. “A gente trabalha com confecções, calçados, material escolar, aviamentos… de tudo um pouquinho”, detalha.

Antes de se dedicar ao comércio, Carlos de Sordi construiu carreira na área da construção civil pesada. “Trabalhei 29 anos na construção de usinas, no Jupiá, em Ilha Solteira e 15 anos em Itaipu. Quando terminou a obra, eu saí e coloquei a loja. Graças a Deus estou feliz, fui bem-sucedido.”

Mesmo após a aposentadoria, ele nunca cogitou parar. “Se a gente ficar sem atividade, entra em depressão e fica difícil”, pontua. Hoje, afirma que o comércio é o que o mantém ativo e motivado. “Espero continuar ainda um bom tempo.”

O nome da loja, Casas Marina, é uma homenagem à esposa, Maria Regina Xavier Paiva, conhecida pelo apelido de “Marina”. “Por esse motivo colocamos Casas Marina”, explica.

Ao final da entrevista, Carlos deixa uma mensagem aos colegas de profissão, reforçando a importância da resiliência: “Espero que todos sejam bem-sucedidos, felizes e que continuem lutando e vencendo essa crise que estamos passando.”

Ao completar 80 anos de idade e mais de 35 de dedicação ao comércio, Carlos de Sordi Paiva personifica a essência do comerciante brasileiro: coragem para começar em tempos incertos, capacidade de adaptação diante das crises e, acima de tudo, um compromisso diário com o cliente. Em tempos de constantes transformações, histórias como a dele reafirmam o valor da persistência e da presença local no coração das cidades.

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