Geral – 12/09/2012 – 15:09
O andarilho Gilson Hastenreiter Júnior, 41 anos, natural de Minas Gerais, escolheu como “moradia” o letreiro com o nome de Araçatuba, na rodovia Marechal Rondon, na entrada da cidade pela avenida Brasília. Ele passou as últimas 17 noites dormindo em cima de um papelão e coberto com duas mantas, próximo ao mastro da bandeira do Brasil.
Chamado de “alemão” por onde passa, devido sua ascendência germânica, Gilson explica que adotou o abrigo provisório por temer ficar na região central. Ele se recorda que dormia num coreto do município de Conchas (SP), quando a polícia o confundiu com um bandido. Por isso, acredita que às margens da rodovia corre menos risco de passar por situação semelhante.
Ele conta que “caiu no mundo” há dois anos, após enfrentar problemas familiares onde morava, na cidade de Montes Claros (MG). O andarilho deixou lá um filho de oito anos. O pai morreu em 1995 e a mãe, acredita que ainda esteja viva, pois perdeu contato com ela há cinco anos.
CAMINHADA
O andarilho chegou a Araçatuba num ônibus vindo de Três Lagoas (MS), onde, de acordo com ele, o serviço social municipal pagou sua viagem. Mas ônibus não é o principal meio de transporte de Gilson, que chega a atravessar municípios caminhando pelas rodovias. “Fui de São José do Rio Preto até Piracicaba a pé”, garante.
Foi em Piracicaba que ele conseguiu seu último emprego, de auxiliar de limpeza, quando chegou a morar por alguns meses numa pensão. No entanto, diz que o uso de álcool o impediu de continuar nesta função. Hoje, afirma que seu maior empecilho para arrumar um emprego é quando a empresa pede um comprovante de residência. Também já trabalhou como auxiliar na construção civil.
Fonte: Folha da Região / Folha da Região