Internacional – 19/01/2012 – 09:01
Inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica viajarão ao país no final deste mês.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, exigiu que os inspetores de seu escritório que viajarão ao Irã no fim deste mês tenham acesso livre a todas as usinas nucleares, inclusive às que possam ter fins militares.
“Queremos verificar tudo o que possa ter uma dimensão militar”, afirma Amano em declarações publicadas nesta quinta-feira no diário “Financial Times Deutschland”, nas quais ressalta que o êxito da missão depende unicamente da disposição das autoridades iranianas em cooperar.
Amana assinala ainda não ter “motivo algum para arrepender-se” do relatório que a AIEA publicou em novembro com duras críticas e acusações contra o Irã por seu controverso programa nuclear, no qual assegura que o país asiático trabalhou, pelo menos até 2010, no desenvolvimento de armas atômicas.
“Meu trabalho é alertar o mundo, e foi isso que fiz”, disse Amano, que rejeita também as acusações de arbitrariedade feitas pelo Irã contra ele, e destaca que sua instituição “não ouve uma só fonte, mas dedica-se milhares de horas a comparar e verificar informações.
Embora reconheça que não há uma imagem global do programa nuclear iraniano, assegura que “o que sabemos indica que provavelmente se trabalha no desenvolvimento de armas atômicas”
. Por fim, o diretor-geral da AIEA rejeita que sua instituição tenha algum tipo de participação no atentado que matou o cientista nuclear iraniano Mostafa Ahmadi Roshan.
“Não acredito na violência. Acredito no diálogo e na cooperação. Só espero que o Irã coopere”, assinala Yukiya Amano.
Fonte: Estadão