Policial – 16/03/2012 – 17:03
Uma advogada de 40 anos procurou a Polícia Civil na manhã de quinta-feira (16) para registrar um boletim de ocorrência contra uma empresa de transporte coletivo urbano de Campo Grande.
Vanda Aparecida de Paula se sentiu lesada e constrangida por não conseguir pagar a passagem do ônibus em dinheiro.
Segundo ela, a linha executiva deveria aceitar o pagamento.
“Eu sei que algumas linhas de ônibus só aceitam o cartão de vale-transporte para pagar a passagem, mas eu sei que a linha executiva é exceção” explica Vanda.
A advogada pegou o ônibus, conhecido como “fresquinho”, com custo diferenciado de R$ 3,50 (ônibus regular custa R$ 2,85), no bairro Coophavila, região sul da cidade.
Quando foi pagar a passagem ao motorista, ele informou que não recebia em dinheiro, só aceitava o cartão.
“Ele me disse que se eu não quisesse descer do ônibus teria que pedir o cartão de outro passageiro emprestado” conta.
Vanda se recusou a pedir o cartão de outra pessoa e só desceu perto da delegacia para registrar caso.
“Isso acontece todos os dias, com várias pessoas.
É um constrangimento desnecessário” enfatiza.
Ela afirmou ainda que teve dificuldades de registrar o boletim de ocorrência.
“Na delegacia, os policiais alegaram que o fato não era não era crime, mas eu insisti e consegui”.
O caso foi registrado como recusa de moeda de curso legal.
Segundo o site da Associação das Empresas de Trasporte Coletivo Urbano (Assetur) de Campo Grande, responsável pelo transporte, desde o dia 20 de fevereiro deste ano, as empresas de transporte coletivo urbano deixaram de vender passagens dentro dos ônibus na maior parte das linhas.
A medida foi adotada sob a justificativa de coibir os assaltos a transportes coletivos, já que não tem mais a circulação de dinheiro.
A alternativa para o usuário é adquirir o cartão e comprar os créditos nos terminais de embarque/desembarque ou pontos de venda credenciados pela associação.
O dinheiro não é mais aceito na compra de passagens nos ônibus articulados desde o dia 26 de agosto de 2011.
No site da Assetur, consta a informação de que a exceção são os “fresquinhos” ou “executivos”.
A prefeitura de Campo Grande informou que não pode responder sobre o caso já que as empresas responsáveis pelo transporte coletivo urbano são terceirizados.
O G1 entrou em contato com a assessoria da Assetur, que disse que nenhum ônibus recebia dinheiro.
Ao ser questionado sobre a informação que ainda consta no site da associação, a assessoria iria verificar a situação e a reportagem não obteve mais retorno.
Fonte: G1 / (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)