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Adolescente processa Hopi Hari desde 2008 por acidente em montanha-russa

Geral – 18/04/2012 – 09:04

Garota de 18 anos teve descolamento do cérebro enquanto andava no brinquedo

Cerca de três anos antes da morte da adolescente Gabriela Nichimura ao cair do brinquedo La Tour Eiffel, outro grave acidente foi registrado no Hopi Hari, em Vinhedo, no interior de São Paulo. Diferente do que ocorreu no caso de Gabriela, o incidente com Natália Silva Guimarães, hoje com 18 anos, não gerou muito alarde, mas desde 2008 a família da garota processa o parque de diversões.

No final da tarde de 29 de agosto de 2008, quando ela tinha 14 anos, Natália sofreu um deslocamento cerebral ao andar na montanha-russa Montezum. O R7 teve acesso a toda a documentação do processo e, segundo o prontuário médico do Hospital Universitário de Jundiaí, onde ela foi atendida no dia da ocorrência, a “paciente foi trazida do parque de diversões com histórico de crises convulsivas ao sair de montanha-russa”.

Após o acidente, a jovem ficou em coma por quatro dos sete dias em que esteve internada no hospital. As convulsões continuaram por mais dois anos, período em que um edema (inchaço) cerebral se formou e desapareceu de sua cabeça, ainda de acordo com laudos médicos.

Em entrevista ao R7, Natália contou que se sentiu mal durante o percurso do brinquedo. Quando desceu, desmaiou e foi socorrida, inicialmente, pelas amigas. Em seguida, a jovem foi levada ao ambulatório do parque e, depois, conduzida ao pronto-socorro, onde entrou em coma. Aquela era a terceira visita que Natália fazia ao Hopi Hari, porém, a primeira que andava na montanha-russa.

— Na enfermaria [do Hopi Hari], uma mulher chegou a insinuar que eu estava drogada ou que tinha bebido, o que não era o caso, como um exame de sangue mostrou.

“Tranco” no cérebro

A mãe de Natália, Edvirges Guimarães, conta que, naquele dia, a filha tinha ido ao parque em uma excursão da escola. Edvirges só chegou ao hospital por volta das 23h.

— O médico que atendeu a minha filha me explicou que ela teve um ‘tranco’ no cérebro e que isso provavelmente foi ocasionado por conta da alta velocidade do brinquedo. Foi angustiante porque ela entrou em coma e não voltava.

Edvirges afirma que o que a levou a processar o parque foi a forma como a administração do local se portou após o incidente com sua filha.

— Depois que levaram a Natália para o médico, o único contato que o parque fez foi para ofertar novos ingressos para toda a família. Ela ainda estava muito mal e convulsionava sempre.

A ação movida pela família de Natália contra o parque, no valor de R$ 46 mil, pede o ressarcimento dos danos durante o período em que Natália foi afetada pela lesão cerebral.

Após a abertura do processo contra o parque, Natália passou por uma perícia médica a pedido do juiz, que classificou o caso como “a expressão de uma susceptibilidade individual incomum decorrente de causas multifatoriais, expostas às características inerentes a montanha-russa, que desencadeou uma disfunção cerebral transitória”. O juiz solicitou ainda uma ressonância magnética do cérebro da garota para avaliar se ela teve alguma sequela permanente. A adolescente deverá fazer o exame pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e, atualmente, aguarda uma vaga na fila de espera.

Por meio de nota, o Hopi Hari informou que “embora não exista laudo pericial conclusivo para a causa e consequência do ocorrido, a visitante supostamente sofreu uma crise convulsiva circunstancial, com sua causa base ligada a uma suscetibilidade individual. Portanto, não se pode relacionar a causa da ocorrência de episódio convulsivo exclusivamente ao uso do brinquedo Montezum”.

Hoje, Natália é mãe de uma bebê de dez meses e faz acompanhamento com o neurologista a cada seis meses. Dona Edvirges diz que se identificou muito com a história da adolescente Gabriela Nichimura, morta no dia 24 de fevereiro ao cair da atração La Tour Eiffel.

— A diferença do que ocorreu com a Gabriela e a minha filha é que Deus trouxe a minha de volta. Mas independente do que aconteça, o descaso do parque é o mesmo. Ligar oferecendo ingresso com a minha filha em coma é inaceitável.

Fonte: R7

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