Saúde – 02/03/2013 – 14:03
Se você está grávida, já teve filhos ou está planejando ter, provavelmente já ouviu falar em ácido fólico. Também conhecida como vitamina B9 ou M, essa substância é fundamental para a formação da coluna e desenvolvimento do cérebro do bebê. Agora, um estudo publicado no periódico científico The Journal of the American Medical Association associou o consumo de ácido fólico a um menor risco de autismo.
Os pesquisadores utilizaram dados de 85.176 crianças norueguesas nascidas de 2002 a 2008. Elas foram acompanhadas até março de 2012, e ao final do período, 270 haviam sido diagnosticadas com transtornos do espectro autista, sendo 114 com autismo, 56 com síndrome de Asperger e 100 com transtorno global do desenvolvimento.
No grupo das crianças cujas mães tomaram suplemento de ácido fólico um mês antes de engravidar e nos dois primeiros meses de gestação, 0,1% foram diagnosticadas com autismo. Já no grupo das crianças cujas mães não ingeriram a substância, 0,21% foram diagnosticadas com o transtorno. Na conclusão, os pesquisadores afirmaram que não podem estabelecer uma causalidade, mas que o estudo reforça a importância do suplemento de ácido fólico pelas grávidas.
“Apesar de não sabermos ainda exatamente o porquê, está claro que o ácido fólico é muito mais importante para o sistema nervoso do que já sabíamos. O que já estava comprovado para os defeitos de fechamento do tubo neural, agora dá mostras de uma utilidade ainda maior”, comentou o obstetra Abner Lobão, da Unifesp, a respeito do estudo.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a suplementação de ácido fólico previne a maioria dos casos de anencefalia e também outros Defeitos Abertos do Tubo Neural (DATN) no feto. Há ainda outros estudos que apontam que ele reduz também o risco de problemas cardíacos congênitos no bebê e a chance de um parto prematuro.
Onde encontrar o ácido fólico
É possível encontrar a forma natural do ácido fólico (folato) nos alimentos de folhas verde-escuras, como couve, brócolis e espinafre, além de feijão, lentilha, ervilha, milho, amendoim e morango. Ele também é encontrado no suco de laranja e na carne de fígado. No Brasil, é obrigatória a adição de ferro e ácido fólico nas farinhas de trigo e de milho industrializadas.
Porém, segundo a Febrasgo, além da quantidade consumida por meio da alimentação, recomenda-se a ingestão de 400 microgramas de ácido fólico sintético, todos os dias, especialmente 30 dias antes da data em que se planeja engravidar até o final do 3º mês de gestação.
“Muitas mulheres não têm o cuidado de procurar um obstetra quando decidem engravidar. Isso impede que elas recebam várias orientações importantes, entre as quais está iniciar o uso de ácido fólico independentemente de a gravidez ter começado ou não”, afirma Lobão. Para quem está tentando engravidar ou pretende ter mais filhos, vale ficar de olho.
Fonte: Crescer