Geral – 09/03/2012 – 10:03
Previsão é de que todos já estejam completamente abastecidos na segunda-feira
Após a greve dos caminhoneiros por causa da restrição da circulação dos veículos em vias de São Paulo, o abastecimento de combustíveis já estava normalizado em cerca de 40% dos postos da região nesta sexta-feira (9), segundo o presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Gouveia.
- Pelo que saiu das distribuidoras, calculamos de 35% a 40% já sem problema. Os outros têm um produto, não tem o outro, mas já não tem mais tantos problemas de abastecimento.
De acordo com Gouveia, nesse ritmo estima-se que o abastecimento total de São Paulo só deva ocorrer entre segunda-feira (12) e terça-feira (13).
Apesar da normalização prevista pelo sindicato, em um posto de gasolina na avenida Dom Pedro, na zona sul de São Paulo, não havia combustíveis nas bombas. De acordo com Eronildo Alexandre, que trabalha no caixa, a previsão era de que os caminhões chegassem nesta madrugada, mas eles não apareceram.
- Está sem combustível desde o início da paralisação. Estava previsto para chegar o caminhão de madrugada, mas até agora não veio, e não tem hora pra chegar.
Fiscalização
A fundação Procon-SP encontrou aumento de até 51% no valor dos combustíveis em postos fiscalizados em São Paulo após a greve. Pelo menos 42 postos foram vistoriados após denúncias de consumidores.
De acordo com o órgão, 18 serão autuados e 22 notificados a prestar esclarecimentos. Em apenas dois postos não foram encontradas irregularidades. Até o final da tarde de quinta-feira (8), o órgão de defesa do consumidor recebeu 248 denúncias de cidadãos que pagaram mais caro pelo combustível.
Segundo o diretor-executivo do Procon-SP, Paulo Arthur Góes, boa parte dos postos recebeu mais de uma denúncia, sendo que em alguns casos esse número chegou a dez.
- Esse resultado representa a apuração de mais de 80 denúncias recebidas e vamos continuar trabalhando até averiguarmos tudo.
O presidente do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), Alísio Vaz, explicou que a distribuição de combustíveis acontecerá durante 24 horas, inclusive durante os dois dias do fim de semana.
- Nossa expectativa é que o abastecimento esteja praticamente 100% na segunda-feira. Mas, a partir desta sexta-feira, o consumidor pode ficar mais tranquilo.
Em nota, Vaz afirmou que “embora a Polícia Militar continue disponibilizando escoltas, as entregas de combustíveis estão sendo feitas sem proteção policial, não sendo verificada a presença de piqueteiros nas imediações das bases”.
Início
A greve dos transportadores de combustível começou justamente por causa da nova regra imposta pela prefeitura que proíbe caminhões na marginal Tietê e em outras 27 vias entre 5h e 9h e das 17h às 22h, durante a semana. De acordo com o presidente do Sindicam, Norival de Almeida Silva, o objetivo do ato foi atingido.
- O protesto foi feito de forma positiva. Conseguimos chamar a atenção das autoridades em relação à proibição de caminhões na marginal Tietê.
Apesar do protesto, a Secretaria Municipal de Transportes negou o pedido de trégua da restrição de circulação. A solicitação foi feita pelo Sincopetro, com a justificativa de agilizar a normalização da venda de combustíveis nos postos em até quatro dias.
A administração municipal informou, por meio de um comunicado, que não irá fazer alterações na proibição de circulação de caminhões na marginal Tietê.
- Entendemos que os horários definidos para o transporte de cargas e também para o transporte de cargas perigosas são suficientes para que as empresas possam realizar o abastecimento na cidade.
A secretaria ainda disse que o setor “possui logística necessária para normalizar o problema dos combustíveis em São Paulo no prazo mais curto possível, cumprindo as regras de circulação”.
Os motoristas que desrespeitarem a determinação são multados em R$ 85,13 e levam quatro pontos na carteira de habilitação.
O presidente do Sincopetro, José Alberto Gouveia, lamentou que a prefeitura tenha sido irredutível em relação à fiscalização.
- Nós lamentamos que a prefeitura tenha sido irredutível, principalmente neste período de urgência e necessidade.
Fonte: R7