Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet durante coletiva à imprensa no Aeroporto de Três Lagoas na última sexta-feira (26). (Lucas Dias, Rádio Caçula)
Simone Tebet salientou que pode ser um sinal para a redução da dependência de aproximadamente 15% da dependência da importação de nitrogenados, assim que a UFN3 estiver em funcionamento em Três Lagoas.

Uma questão de grande importância para a agricultura do Brasil, ainda é sobre a dependência de fertilizantes do país, o que é considerado um grande desafio, principalmente na questão de ter que importar de outras localizades para uso local.

Segundo informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), alimentos como a soja, o milho e a cana-de-açucar obtiveram bons desempenhos, e respondem por aproximadamente 73% do consumo de fertilizantes em todo o país. Já conforme dados da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA), mais de 70% dos fertilizantes usados na agricultura do país são importados, onde o cloreto de potássio, nitrogênio e o fosfato são as maiores dependências externas do país.

Questionada sobre essa dependência pelo jornalista Rafael Oliveira, da Rádio Caçula durante entrevista coletiva no saguão do Aeroporto Municipal de Três Lagoas durante a última sexta-feira (26), antes de uma visita técnica à UFN3, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet explicou que à partir da unidade, isso deverá ser um sinal para a redução dessa dependência de aproximadamente 15% dos nitrogenados, além de refletir na redução dos preços para o produtor e assim, ao consumidor.

“Essa fábrica é importante para Três Lagoas, para Mato Grosso do Sul, para o Brasil, mas beneficia os mais de 200 milhões de brasileiros, em uma queda de preço na produção, significando no preço no supermercado, daquela cesta básica que a população precisa.”

Já o presidente da PETROBRAS, Jean Paul Prates também respondeu que essa redução tem a ver com segurança estratégica no fornecimento de fertilizantes, além dos impactos causados pela pandemia de COVID 19 e da guerra Russia – Ucrânia, que impactam nos valores e também na exportação em si para o Brasil.

“Durante a pandemia, percebemos que éramos reféns da China em certas coisas, logo em seguida veio a guerra da Ucrânia, que impactou no setor de fertilizantes. Então num país que tem como carro-chefe o agro, mas esse carro-chefe tem como insumo principal uma coisa que tem que ser importada, é um calcanhar de Aquiles enorme. Qualquer instabilidade internacional abala esse setor, que é importante. Então essa redução de custos dos alimentos, em que a ministra Simone se refere vem no fato de produzir domesticamente, mesmo que seja um preço referenciado internacionalmente. É uma referência que nós temos feitos com os combustíveis, onde vamos depender muito menos do importado, chegando à 1/3 de autossuficiência do Brasil.”

Segundo dados apresentados do Plano Nacional de Fertilizantes, é prevista que a dependência de fertilizantes importados possa diminuir em aproximadamente 50% em 2050, caso as ações sejam bem sucedidas no Brasil.