Thiago Cândido Dias comenta sobre a evolução da figura paterna
O papel do pai dentro das famílias passou por transformações profundas nas últimas décadas. Antigamente, ele era visto principalmente como o provedor financeiro e a autoridade máxima do lar. Hoje, no entanto, observa-se uma mudança significativa: a presença emocional e o envolvimento afetivo ganharam espaço importante na criação dos filhos.
Para entender melhor essa evolução, a reportagem conversou com o psicólogo Thiago Cândido Dias, especialista em Neurociências e Comportamento, que respondeu às perguntas com base na Psicologia baseada em evidências e nas Neurociências aplicadas à educação.
“O pai tradicional era uma figura mais distante e rígida. Amava, mas expressava pouco esse afeto no dia a dia. Os cuidados emocionais e a rotina de criação ficavam, em geral, com a mãe”, explica o especialista.
No entanto, esse cenário vem mudando. “Hoje, ser pai significa estar presente, escutar, brincar, ensinar e participar efetivamente da vida dos filhos. A ciência comprova que essa presença tem impacto direto no desenvolvimento emocional e mental das crianças.”
“O pai tradicional era uma figura mais distante e rígida”
Thiago Cândido Dias, Psicólogo
A relação entre pais e filhos também se transformou. “Antes predominava o medo e a autoridade, que geravam uma relação de obediência. Atualmente, o diálogo, a escuta e a conexão emocional ganham espaço, o que exige dos pais um desenvolvimento maior das habilidades emocionais.”
Thiago observa que muitos pais desejam se aproximar mais, mas encontram dificuldades por conta de padrões antigos e modelos herdados. “É possível romper essas barreiras, ressignificar a relação e aprender a demonstrar afeto, validar sentimentos e impor limites com carinho.”
Por fim, o psicólogo ressalta que a paternidade não precisa ser perfeita, mas deve ser constante e verdadeira. “A presença, a escuta e o afeto são fundamentais. Estar junto, mesmo que em pequenas doses diárias, constrói vínculos sólidos e duradouros.”