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Três Lagoas
domingo, 5 de maio, 2024

LOCAIS

TRÊS LAGOAS – MS Elevada à categoria de município em 15.06.1915

Há séculos, antes da colonização pelo homem branco, vivia na região do leste sul-matogrossense, onde hoje se localiza a cidade de Três Lagoas, a tribo indígena dos Ofaié. Um grupo indígena da família Macro-Jê, os Ofaié descendem da civilizações indígenas do Chaco, na Bolívia. Constituíam-se de coletores, caçadores e pescadores, e eram nômades nas terras localizadas entre os hoje denominados Rio Paraná e a Serra de Maracaju.
A partir do século XVIII, a região de Três Lagoas e seus habitantes, os Ofaié, passaram a sofrer com as visitas dos bandeirantes paulistas, em excursões para reconhecimento de território. Já em 1829, uma expedição enviada por João da Silva Machado, Barão de Antonieta, e chefiada por Joaquim Francisco Lopes, visando a expansão dos campos de pecuária do vale do Rio São Francisco, atravessou o Rio Paraná e fez contato com os índios, que eram dóceis. Em 1830, foi a vez da bandeira de Januário Garcia Leal e outros sertanistas. Nessa mesma época, cria-se o arraial de Sete Fogos, hoje Paranaíba, ao norte da área de Três Lagoas, por José Garcia Leal, acompanhado de seus treze irmãos, suas respectivas famílias, empregados e escravos, fugindo de perseguições políticas. Pecuaristas então se estabeleceram, de lá, até o Rio Sucuriú, ao sul. Os nativos da tribo Ofaié, então, limitaram-se a viver entre o Rio Sucuriú, ao norte, onde se encontravam os pioneiros, e a região do Rio Verde, ao sul.
De meados do século XIX em diante, bandeirantes paulistas, que aos poucos se tornavam fazendeiros pecuaristas fixos, atravessaram o Rio Sucuriú e se estabeleceram na região de Três Lagoas, perseguindo e escravizando os ameríndios nativos. Os Ofaié, que já eram nômades, afastaram-se da região onde se intersectam o Rio Sucuriú e o Rio Paraná, refugiando-se mais ao sul, entre a região do Rio Verde, onde hoje se encontra a cidade de Brasilândia, e a Serra de Maracaju.
Com a implantação das propriedades e a fixação dos marcos de posse, às margens dos rios, os paulistas demarcaram áreas extensas, de tal forma que logo encheram de grandes latifúndios a região, Rio Pardo a dentro, no rumo do Rio Vacaria e do Rio Brilhante, local que tiveram de abandonar momentaneamente com a
Guerra do Paraguai. Com o fim dessa guerra, os sertanistas voltaram, reunindo o restante dos rebanhos e novos povoadores, que gradativamente foram espalhando-se pela margem dos ribeirões Palmito, Moeda, Piaba, Pombo, Campo Triste e Brioso. Em 1880 os principais proprietários de terras da região eram João Ferreira de Melo e Januário Garcia Leal, este último remanescente das bandeiras de penetração no Córrego da Moeda e no Taquarussu.
Na segunda metade da década de 1880, chegaram à região de Três Lagoas Protázio Garcia Leal, neto de Januário Garcia Leal e que se instalou na região da Piaba, às margens do Rio Verde, e Antônio Trajano dos Santos, que se instalou na região que chamou de Fazenda das Alagoas, em razão das três grandes lagoas ali existentes. Destacaram-se, também, Necésio Ferreira de Melo, fundando uma propriedade agropastoril que denominou Piaba, em terras banhadas pelo Ribeirão Campo Triste; Antônio Ferreira Bueno, em Serrinha, hoje Garcias; Antônio Paulino, também às margens do Campo Triste; e Luís Correia Neves.
Desta forma, quando em 1909 chegou a ser fundado o acampamento dos engenheiros às margens da Lagoa Maior, na Fazenda das Alagoas, onde hoje é Três Lagoas, devido à construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, os Ofaié há quase duas décadas já haviam deixado o local. Em 1910 foi motivada, pelo acampamento de engenheiros, a edificação de várias moradias, desenvolvendo um novo povoado. Já então, a região recebe o influxo de outros migrantes, como o mineiro José Silvério Borges, os baianos Jovino José Fernandes e Francisco Salles da Rocha e o sírio Martinho Rocha.
O distrito foi criado pela lei nº 656 de 12 de junho de 1914 e o município foi criado pela lei nº 706 de 15 de junho de 1915. Comemora-se, em 15 de junho, sua emancipação política.
Durante a ditadura militar, o município de Três Lagoas foi considerado “área de Segurança Nacional”. Sendo assim, seus prefeitos eram indicados pelo Governo Federal, e, não, eleitos. Os treslagoenses somente voltaram a eleger seus prefeitos em 1985.
Fonte: Prefeitura Municipal de Três Lagoas.

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