12/12/2017 13h38
Eduardo Pellela, ex-chefe de gabinete, também seria indiciado no mesmo pacote
Por: Informações / O Globo
O futuro ministro da Secretaria de Governo e atual relator da CPI da JBS, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), sinalizou nesta segunda-feira que deve pedir o indiciamento do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Marun afirmou que ainda estuda em que crime Janot poderia ser tipificado, mas diz ter a convicção de que ele teve uma conduta ilícita no caso da delação dos irmãos Wesley e Joesley Batista, material que serviu de base para as duas denúncias contra o presidente Michel Temer.
O indiciamento de Janot constaria do relatório final de Marun, que deve ser apresentado amanhã. O ex-chefe de gabinete de Janot, Eduardo Pellela, também seria indiciado no mesmo pacote. Para Marun, Pellela era o representante do ex-procurador-geral nas reuniões em que o ex-procurador Marcelo Miller negociava o acordo com os executivos. Miller depois se afastou do Ministério Público e foi trabalhar como advogado dos Batista.
— Alguém aqui acredita que foi discutida a delação da JBS cerca de 40 dias antes dentro da procuradoria geral da República e que o procurador geral não sabia disso? Então aí já está presente uma ilicitude muito grave que pode resultar, sim, a partir daí de um pedido de indiciamento do Janot e do Pellela, que no caso era ou o seu representante ou aquele que lhe traía não levando as informações — disse Marun.
O deputado, que se transformou num dos principais defensores de Temer contra as denúncias apresentadas pelo Ministério Público, ambas arquivadas na Câmara, disse que ainda estuda como enquadraria Janot e Pellela, mas demonstrou estar seguro de que há elementos para criminalizá-los.
— Qual é a tipificação penal ainda estamos verificando. Mas sem dúvida é uma conduta ilícita como essa, que seria ou orientar e não saber. Ou o Pellela não avisá-lo. Veja bem, eu ainda tenho essa tarde, estou reunido com aqueles que estão me assessorando nessa questão, mas tem um ditado lá no Rio Grande do Sul que diz: pra bom entendedor, meia palavra basta — afirmou.
Com relação ao ex-procurador Marcelo Miller, Marun disse que ainda não sabe se fará um pedido de prisão. Ele defendeu que as provas obtidas e entregues de forma lícita pelos executivos da JBS contra o presidente Michel Temer e outros integrantes do governo sejam aproveitadas, mas tudo o que foi obtido de forma ilegal seja descartado do caso.
Marun pretende apresentar seu relatório final até amanhã. Em havendo pedido de vista, o plano do deputado é encerrar os trabalhos da comissão até a manhã da quinta-feira. Nesse mesmo dia à tarde ele tomará posse como ministro da Secretaria de Governo, responsável pela articulação política de Temer, no Palácio do Planalto.