Economia – 11/04/2012 – 14:04
Apesar da queda, consumidor deve procurar mais itens de informática, calçados e linha branca
Receoso com o futuro da economia brasileira, o consumidor está com um pé atrás na hora de tirar o dinheiro do bolso e ir às compras. A intenção de consumir bens duráveis – como móveis, eletrodomésticos e veículos – para o segundo trimestre deste ano chegou a 58% e é a menor desde o primeiro trimestre de 2008, quando a expectativa de compra chegou a 56,6%.
Os dados estão em uma pesquisa do Provar (Programa de Administração do Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração), divulgado nesta quarta-feira (11). A pesquisa leva em conta entrevistas com 500 consumidores da cidade de São Paulo.
O estudo indica que, entre abril e junho, menos de seis em cada dez pessoas pretendem comprar bens duráveis. No primeiro trimestre deste ano, 60,6% dos consumidores pretendiam adquirir bens.
Na comparação entre o segundo trimestre deste ano e o mesmo período do ano passado, a redução foi ainda mais acentuada. Houve uma redução de 15,8 pontos percentuais, ao passar dos 73,8% para os atuais 58%.
As categorias com maior intenção de compras no segundo semestre são os calçados e vestuário, com 21,2%; produtos de informática, com 11,2%; e linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar roupa, tanquinhos), com 10,2%.
Houve aumento da previsão de compra em praticamente todas as categorias, com exceção de materiais de construção, produtos de cama, mesa e banho, eletroportáteis, automóveis e motos, viagens e turismo e imóveis.
No caso dos automóveis e motos, a intenção de compra do brasileiro caiu 40% entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano. Agora, apenas 5,6% da população pretende comprar um carro ou moto no segundo trimestre, contra 9,4% do primeiro trimestre.
Intenção de gasto
Entre o primeiro e o segundo trimestre, o valor médio que o brasileiro pretende gastar com as compras aumentou em quase todas as categorias, com exceção dos imóveis, eletroeletrônicos e informática.
No caso dos produtos de cine e foto, o consumidor dobrou a intenção de gasto, que passou de R$ 383 para R$ 695. No caso dos celulares, o brasileiro deve empregar R$ 419 no novo aparelho – contra R$ 396 dos primeiros três meses do ano.
No caso da linha branca, que recebeu a prorrogação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido do governo recentemente, o tíquete médio a ser gasto chegou a R$ 1.651 – contra R$ 1.548 do primeiro trimestre.
Quanto aos automóveis, o brasileiro deve gastar até R$ 23,7 mil com o carro – contra R$ R$ 16,3 mil do primeiro trimestre, uma alta de 45%.
Por outro lado, a desaceleração dos preços no mercado imobiliário se reflete no bolso do consumidor. No segundo trimestre, o brasileiro deve empregar, em média, R$ 92,8 mil na moradia, uma queda de 15,6% em relação aos primeiros três meses do ano, quando esse valor chegou a R$ 110 mil.
Fonte: R7