21/03/2017 09h51
Por: Ascom
A Câmara Municipal de Três Lagoas prepara moção de repúdio à reforma da previdência, proposta pela PEC 287, em tramitação no Congresso Nacional. Na última sessão, vários vereadores criticaram a proposta do governo federal, ao fazerem pronunciamentos na tribuna. Entre as mudanças, está a alteração da contribuição mínima de 15 para 25 anos, para dar direito à aposentadoria, e extinção da aposentadoria por tempo de serviço, passando a ser somente por idade – 65 anos – para todos os trabalhadores e trabalhadoras, sejam urbanos ou rurais, dos setores público ou privado.
O presidente da Câmara, vereador André Bittencourt, foi um dos que criticou a reforma previdenciária para todos os brasileiros e também disse ser favorável à manutenção da aposentadoria especial para os policiais, lembrando que estes saem para trabalhar e não sabem se voltam. Bittencourt disse que a Casa fará a nota por ter percebido que os vereadores são contrários às medidas apresentadas pelo Governo e espera que não haja qualquer rejeição à nota de repúdio, uma vez que vai ao encontro da luta e da vontade de todos os brasileiros. “Estamos atendendo a um anseio da sociedade, que tem mostrado ser contrária à reforma”.
O vereador Professor Flodoaldo também fez seu discurso, na semana passada, baseado na crítica à reforma. Ele disse que o governo fala de déficit, mas não informa que existem contribuições sociais para fins de seguridade, não sendo isso feito apenas pelas contribuições de patrões e empregados, e que estes recursos estão sendo usados para outros fins. “Esta reforma prejudica de forma catastrófica e gravíssima os direitos dos trabalhadores, principalmente porque a expectativa de vida do brasileiro não condiz com as novas regras”, opinou. Flodoaldo propôs que a Câmara fizesse nota oficial de repúdio ao projeto, o que está sendo elaborado e deverá ser encaminhado às bancadas de Mato Grosso do Sul no Senado e Câmara dos Deputados.
Gilmar Garcia também criticou a reforma da previdência, opinando que “será trágica, acabará com a aposentadoria dos trabalhadores, promovendo um golpe sobre estes. O déficit é uma balela para enganar os trabalhadores, pois os recursos de contribuição previdenciária são gastos até com futebol e não são usados na previdência. Também visariam beneficiar os grandes banqueiros e planos de previdência privada, dentro de um movimento neoliberal no mundo”, afirmou o vereador.
O vereador Sargento Rodrigues também fez discurso contra as novas regras e lembrou que policiais militares e bombeiros, devido ao caráter do trabalho que executam, deveriam continuar com situação diferenciada para aposentadoria.
Luiz Akira concorda que algumas alterações serão necessárias, mas acredita que a sociedade precisa ser ouvida e que o assunto deverá melhor debatido antes de ser votado.
O ter da nota de repúdio será discutido entre os vereadores, para expressar a totalidade do pensamento a respeito das mudanças propostas.
