28/10/2016 – Atualizado em 28/10/2016
Esta é a primeira menção ao nome do tucano na investigação
Por: Marcio Ribeiro com Bol
Executivos da construtora Odebrecht relataram à Lava Jato que a empresa pagou R$ 23 milhões não declarados à campanha de José Serra em 2010, quando o atual ministro das Relações Exteriores concorria à Presidência. Segundo a Folha de S.Paulo, o esquema foi operado por dois ex-deputados do PSDB.
Parte do dinheiro passou por uma conta na Suíça. Oficialmente, a empreiteira doou R$ 2,4 milhões (R$ 3,6 milhões em valores corrigidos) à campanha, segundos dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
As denúncias foram feitas em meio aos acordos de delação premiada do grupo de 80 funcionários da empresa. A lista inclui o ex-presidente da Odebrecht, Pedro Novis.
Os responsáveis pela operação do dinheiro, segundo a Odebrecht, foram os ex-deputados federais Ronaldo Cezar Coelho (PSD, na época no PSDB) e Márcio Fortes (PSDB-RJ). Coelho negociou os valores transferidos ao exterior, enquanto Fortes operou o caixa dois no Brasil, de acordo com os relatos.
A Odebrecht se comprometeu a entregar comprovantes feitos nos depósitos, acertados com a direção nacional do PSDB. As doações, segundo a reportagem da Folha, não exigiram benefícios em troca.
Esta é a primeira menção ao nome do tucano na investigação. Serra e Novis já foram vizinhos, e nos documentos da Odebrecht, o político do PSDB é identificado como “vizinho” e “careca”.
Procurado pela Folha, a assessoria de José Serra disse que “não vai se pronunciar sobre supostos vazamentos de supostas delações relativas a doações feitas ao partido em suas campanhas”.
Ronaldo Cezar Coelho negou a participação em esquemas de arrecadação para Serra. O ex-deputado Márcio Fortes não respondeu aos contatos feitos.
A assessoria de imprensa da Odebrecht afirmou que não irá se manifestar. A empresa parou de dar declarações públicas sobre as investigações da Lava Jato ou informações dadas por pessoas ligadas à empresa.
(Com informações da Folha de S.Paulo)