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quarta-feira, 6 de agosto, 2025

Cotas Raciais: muitas opiniões ficam divididas em relação aos benefícios do projeto

18/08/2016 – Atualizado em 18/08/2016

No dia da comemoração em Defesa das Cotas Raciais, muitas opiniões ficam divididas em relação aos benefícios do projeto

Das 59 universidades federais, 36 têm políticas de cotas raciais

Por: Redação

O dia Nacional Em Defesa Das Cotas Raciais é comemorado por membros do Movimento Negro Brasileiro e instituído durante a 2ª Ciad (Conferência dos Intelectuais da África e da Diáspora) na cidade brasileira de Salvador-BA, que ocorreu de 12 a 14 de julho de 2006.

O sistema de cotas raciais no Brasil não beneficia apenas negros, mas também indígenas e seus descendentes. Tem como finalidade amenizar a desigualdade social, educacional entre as raças. Ganhou espaço no Brasil a partir do ano 2000, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituição de ensino no Brasil a aderir o sistema de cotas raciais, em 2003, por meio de uma lei estadual aprovada em 2001.

O tema é polêmico, afinal, o Brasil tem uma dívida histórica com os negros e indígenas, porém há pessoas que discordem do sistema de cotas, alegando ser prejudicado quando perdem vagas ou empregos para concorrentes com menor pontuação ou qualificação.

Em entrevista a nossa equipe, Vanessa Aparecida, estudante da UFMS de Três Lagoas-MS, disse sobre as cotas raciais, “É importante na medida em que dá oportunidade a todas as pessoas independentemente de sua origem e de onde foram criadas. Imaginem um lugar onde existem pessoas com problemas de visão. Cada qual, com diferentes problemas e diferentes graus. Porém, um oculista oferece óculos de apenas um grau e só para míopes. Imagem que alguns enxergarão pelo grau que o oculista passou, mas outros não. Comparativamente na sociedade, o sistema de cotas é exatamente para corrigir esse problema”. Sobre eventuais falhas nesse sistema ela completou dizendo “Não acho que seja uma falha, mas, talvez devesse abranger mais pessoas ou ter um sistema que realmente facilitasse o acesso dos cotistas. Eu, por exemplo, entrei com mais facilidade na universidade do que pelo sistema de cotas, porém, considerando que é um programa novo requer alguns ajustes, mas mesmo assim deve ser considerado um grande avanço na busca por igualdade”. Esse é o ponto de vista de quem defende o programa e considera importante.

Em contrapartida, Juliana Carla uma advogada de Santa Fé do Sul-SP, disse em nota: “Eu sei dos aspectos histórico e sócio cultural que existe por trás de todo o sistema de oferecimento de cotas – e vantagens – oferecidas, a negros, índios e demais. Porém, acredito que a própria evolução histórica, já apadrinhou os descendentes, dizer que hoje negros dispõe de cotas por que seus antepassados eram escravizados fere o próprio principio da isonomia, a evolução pagou o pecado, e os atuais continuam usufruindo por algo que já a muito deveria ter sido cortado. Muitas pessoas mais necessitadas acabam ficando de fora, por que o apadrinhamento das cotas beneficiam pessoas que por vezes só usam ‘por exemplo’ a sua qualificação de negro, por que o alvo era pra usar benefícios e os retira de quem realmente merece. Não vou dizer que sou totalmente contra, mas, a divisão é injusta. A evolução no sistema precisa vir de encontro, e parar de beneficiar por que no passado sofreu, e sim analisar com o cuidado da ótica dos dias atuais, onde ser negro não é mais ser perseguido, existe muito mais por trás disso”.

Segundo estatísticas, estima-se que 42,3% das universidades federais do país têm cotas para negros e índios.

Foto: Reprodução

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