28/07/2016 – Atualizado em 28/07/2016
Programa Amazônia Conectada já concluiu primeiro trecho de 242,5 quilômetros, ligando as cidades de Coari e Tefé (AM). Projeto pretende reduzir custos de internet na região
Por: Marcio Ribeiro com Portal Brasil
Programa Amazônia Conectada já concluiu primeiro trecho de 242,5 quilômetros, ligando as cidades de Coari e
Um dos maiores projetos de fibra óptica subaquática do mundo, o programa Amazônia Conectada, completou um ano em julho com o primeiro trecho de 242,5 quilômetros já concluído.
O cabo subfluvial de 390 toneladas ligando os municípios faz parte da infovia do rio Solimões, uma das cinco que fazem parte dos planos de internet do governo federal para passar pelos leitos dos rios que cortam a Amazônia. Somente no Solimões, há a intenção de levar internet em alta velocidade e a um preço baixo a pelo menos 15 municípios.
Para o chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, general Juarez Aparecido de Paula Cunha, o empreendimento representa desenvolvimento para a região em várias áreas, como defesa, telemedicina e incremento à educação, dentre outras.
O general menciona ainda o caráter social do projeto, ao levar internet de alta qualidade para comunidades afastadas do interior do Amazonas. Para o general, o acesso à informação permite “integrar toda aquela sociedade mais afastada, mais pobre à nação brasileira”.
“O projeto significa integração nacional e, além de tudo, é um projeto de cidadania. Na verdade estamos trazendo para dentro do Brasil os nossos irmãos que estão à distância, afastados e terão uma qualidade de vida muito melhor”, avalia o general.
O trecho concluído liga os municípios de Coari a Tefé via leito do rio Solimões. A expectativa é que a infraestrutura de telecomunicações beneficie 144 mil pessoas nos dois municípios.
Segundo o diretor-geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Nelson Simões, o Programa Amazônia Conectada deve fazer despencar o preço da internet no interior do estado. “Os custos das conexões de satélites, que hoje sai por algo entre R$ 3 mil e R$ 5 mil o preço do megabyte, passarão, com o cabo óptico, a aproximadamente R$ 50 por mês. Teremos aumento da velocidade e mais qualidade na comunicação por preços menores”, diz.
Além disso, Simões avalia que a conexão proporcionada por esse primeiro trecho de cabos entre vários institutos como o Mamirauá, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Universidade Federal do Amazonas, “é absolutamente estratégico”. “É uma ideia estruturante para aquela região”, afirma.
Já o general-de-brigada Decílio de Medeiros Sales diz que, com a nova infraestrutura de redes chegando ao município de Tefé, “será possível cobrir mais de 100 escolas públicas, diversos órgãos, cinco ou seis institutos de pesquisa”, avalia.
Próximos passos
Rede Nacional de Ensino e Pesquisa e Exército se preparam, agora, para a próxima etapa do programa Amazônia Conectada, que prevê a instalação do cabo óptico subfluvial entre Manaus e Coari, interligando um trecho de 400 quilômetros. A meta é estender redes subfluviais ópticas por aproximadamente 7,8 mil quilômetros dos principais rios do estado, o que beneficiará cerca de 3,8 milhões de pessoas em 52 municípios amazonenses.