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Jovem que ficou cego após apanhar de 5 diz que não pretendia sair de casa

04/07/2016 – Atualizado em 04/07/2016

Por: Marcio Ribeiro com O Estado

“Por enquanto, para mim, está muito difícil. Eu não vejo nada do olho esquerdo e de vez em quando ainda dói um pouco, estou me adaptando. ” O desabafo é do jovem Leandro Henrique Cavalcante, que perdeu a visão após ser espancado por cinco pessoas na saída de uma festa na região do Parque dos Poderes, em Campo Grande, no último dia 19. Leandro ficou internado por oito dias na Santa Casa, passou por uma cirurgia e não recebeu qualquer expectativa, por parte dos médicos, de que possa voltar a ver, mas não perde a esperança e dá continuidade ao tratamento em São Paulo, onde mora com o pai.

O rapaz recebeu alta no dia 27 e agora tenta retomar a vida enquanto aguarda que “justiça seja feita” aos responsáveis pela perda de sua visão.

Leandro veio à Campo Grande uma semana antes do fato ocorrido para comemorar três aniversários. O da mãe, do filho, de um aninho e o próprio aniversário, comemorado no dia 11. Ele lembra que na noite em que sofreu a violência, não queria ter saído de casa. “Eu estava sem dinheiro, o pneu da minha moto tinha furado, mas aí meus amigos chegaram lá com o ingresso da festa já comprado e acabei indo. Quando chegamos lá, ninguém queria entrar porque acharam aquela festa muito estranha”, relatou Leandro. Mesmo assim, resolveram entrar.

A agressão aconteceu já na saída da festa onde, segundo ele, tinha rolado muita vodka. Ele e os amigos se dirigiam até o local onde o carro estava estacionado quando um motorista dirigindo perigosamente teria jogado o carro em cima das meninas, que seguiam mais à frente. Leandro reclamou com o motorista que já desceu e deu início às agressões.

Eram cinco homens e um deles teria acertado uma pedrada, que resultou na perda da visão de Leandro. “Eu não sei o que passou na cabeça dele. Ele estava muito embriagado e pode ser que tenha usado outras substâncias também. A gente estava só conversando quando eles desceram e já começaram a me chutar. Foi tudo muito rápido”, lembra Leandro.

Em São Paulo, o jovem tenta retomar sua vida e está afastado do emprego. Ele é porteiro de um prédio. “Agora nem tenho condições de trabalhar e às vezes dói muito”, relatou. Quando a reportagem questiona se a dor é física ou pela perda da visão especificamente ele responde, “os dois”.

Família clama por Justiça

Leandro diz que a polícia está investigando o caso e o que ele mais deseja é justiça. A mãe, Jocilene Maldonado Cavalcalte, que esteve com ele durante todo o tempo em Campo Grande, também espera que a história tenha um desfecho em breve. “Eu, como mãe, também quero justiça. Quero que as pessoas que fizeram isso com meu filho paguem”, afirmou.

Ela foi informada sobre o caso às 6h30 da manhã do domingo e lamenta muito o ocorrido. “Foi um susto muito grande, a gente não espera isso. Meu filho saiu de casa todo feliz para curtir a noite com os amigos e de repente eu sou acordada com uma ligação como essa”, lamentou Jocilene.

Investigação

O caso está sob investigação da 3ª Delegacia de Polícia Civil do bairro Carandá sob responsabilidade do delegado Geraldo Marin. O Boletim de Ocorrência foi feito como lesão corporal grave mas ainda não há indícios de quem possa ter comedido as agressões. “O que sabemos é que eles estavam em um Gol cinza. Eu já pedi para que sejam verificadas as câmeras de segurança do local onde aconteceu a festa, mas como a briga foi na rua lateral pode ser que não tenhamos informações relevantes”, afirmou o delegado.

Segundo ele, as testemunhas deverão ser ouvidas ainda essa semana e dessa forma a polícia espera ter novidades que possam levar a polícia aos autores do crime.

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