26 C
Três Lagoas
terça-feira, 8 de julho, 2025

Médico acusa hospital de comprometer atendimento a pessoas com câncer

08/01/2015 – Atualizado em 08/01/2015

Por: campograndenews

O Hospital Evangélico de Dourados, a 233 km de Campo Grande, maior instituição hospitalar particular do interior de Mato Grosso do Sul, é acusado de se apropriar de recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) e de pagamentos feitos por convênios para tratamento de pessoas com câncer e não repassar o dinheiro para o Centro de Tratamento de Câncer, a clínica terceirizada que faz os atendimentos.

A denúncia foi feita na manhã desta quinta-feira pelo médico Mário Eduardo Rocha, um dos diretores da empresa contratada pelo Evangélico para atender os pacientes no chamado “Hospital do Câncer” – nome fantasia de uma ala do próprio Evangélico, que é a instituição credenciada pelo Ministério da Saúde para prestação de serviços de oncologia a moradores de Dourados e de outros 30 municípios da região.

Em entrevista à rádio Grande FM, Mário Eduardo confirmou a decisão tomada ontem de suspender o atendimento a novos pacientes e disse que o serviço de oncologia vive uma crise sem precedentes devido aos atrasos nos pagamentos feitos pelo Evangélico.

Segundo ele, além dos recursos que vêm do SUS à prefeitura e são repassados ao Evangélico, “mas não chegam ao Hospital do Câncer”, a instituição particular também estaria atrasando a liberação do dinheiro pago pelos convênios – Unimed e Cassems, principalmente.

Como consequência dos atrasos, Mário Eduardo disse na entrevista que o “Hospital do Câncer” tem dívidas de R$ 300 mil com fornecedores, deve cerca de R$ 100 mil em salário aos dez médicos que atendem no local e não consegue mais manter o estoque de medicamentos para tratamento dos pacientes com câncer.

Segundo o médico, o problema ocorre porque o Evangélico não paga pelos serviços prestados, já que a maior parte dos recursos vem do Ministério da Saúde para a prefeitura, que por sua vez faz o repasse em dia ao hospital.

Evangélico questiona suspensão – Em ofício encaminhado a Mário Eduardo, a direção do Hospital Evangélico questionou a suspensão do atendimento a novos pacientes e afirmou existir medicamento em estoque suficiente para os tratamentos.

Assinado pelo vice-superintendente Marco Aurélio de Camargo Areias, o ofício diz que existe medicação para tratamento por cerca de cinco dias, “não justificando assim a suspensão de atendimento geral”. Também diz que os repasses já recebidos pelo hospital referentes a outros convênios “estão em dia”.

Já em relação ao repasse do SUS, a direção do Evangélico afirma no ofício encaminhado a Mário Eduardo que o Ministério da Saúde deixou de efetivar os repasses de dezembro de 2014, “fazendo-o de forma parcial e obrigando a todas as secretarias de saúde no país a adotar a mesma postura”.

Mário Eduardo disse que Evangélico também atrasa valores pagos por atendimentos a pacientes de convênios (Foto: Eliel Oliveira)

Deu na Rádio Caçula? Fique sabendo na hora!
Siga nos no Google Notícias (clique aqui).
Quer falar com a gente? Estamos no Whatsapp (clique aqui) também.

Veja também

Moradores da Ocupação São João pedem revogação de Lei municipal durante reunião com a Prefeitura

Grupo reivindica permanência na área pública ocupada há quatro anos e questiona norma que exclui famílias do cadastro de habitação em Três Lagoas.

Proposto programa de estágio para estudantes do ensino médio em Mato Grosso do Sul

Projeto de Lei propõe programa de estágio para alunos do ensino médio da rede pública estadual, com foco em inovação, ciência e tecnologia.

Lei: Sancionada divulgação do Protocolo “Não é Não” em Mato Grosso do Sul

Lei 6.445/2025 determina a divulgação do protocolo “Não é Não” em Mato Grosso do Sul para prevenir e enfrentar a violência contra a mulher.