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Excesso de trabalho é causa de acidentes com motoristas de ônibus em SP, diz associação

Geral – 12/03/2012 – 07:03

Falta de fiscalização e desrespeito a corredor também são apontados por sindicato

A dupla jornada de trabalho realizada pelos motoristas de ônibus pode ser uma das causas de tantos acidentes envolvendo os coletivos em São Paulo. De acordo com Nailton de Souza, diretor do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, é comum trabalhadores fazer horas extras.

Para Souza, é inegável que houve aumento no número de acidentes envolvendo ônibus, mas diz que o número deve estar relacionado com o aumento da frota na cidade. Ele diz que considera que, em média, aconteça cerca de 20 acidentes por dia (considerando os pequenos acidentes). Avalia, porém, que o desgaste dos motoristas leve a um número maior de acidentes.

Acidentes e falhas prejudicam transporte de passageiros

  • A gente costuma brincar até que, enquanto tiver óleo diesel no tanque, esse carro fica rodando na cidade, com o mesmo motorista e cobrador.

O diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Jr, concorda que o estresse e o desgaste levam a um número maior de acidentes.

  • Muitos fazem jornadas duplas de trabalho. Isso reduz a sobrecarga de custos para a empresa. Ela tem um só profissional e só paga as horas extras. Nós recomendamos que esse trabalho não possa ser maior do que seis horas. Esse trabalho é desgastante, ele [motorista] é submetido a muitos fatores de risco.

Mas não apenas isso resultaria no alto número de acidentes. De acordo com Alves Jr., os motoristas do coletivo passam diariamente por estresse mental – que é o medo de ser agredido e de ser assaltado – e também o estresse social – que é o fato deles ficarem isolado, passarem muitas horas longe da família e fora de casa.

  • A coisa básica é que nosso motorista não tem treinamento especifico na função dele. Ele precisa de treinamento constante nessa atividade que exerce, porque o ônibus é pesado e transita entre pequenos veículos. E circula ainda entre pessoas e com pessoas dentro. E nesse desgaste, se ele não estiver bem treinado, esses acidentes podem acontecer.

Ciclistas participam de “pedalada pelada” na Paulista

Um dos últimos acidentes grandes envolvendo coletivos e que gerou muito protesto foi o atropelamento de uma ciclista, que morreu ao ser atropelada por um ônibus na avenida Paulista, próximo à rua Pamplona. Segundo o professor de engenharia de tráfego da Unicamp (Universidade de Campinas) Percival Bisca, a falta de planejamento aumenta os acidentes.

  • A bicicleta misturada com o trânsito é algo muito complicado, tantos que pouquíssimos se aventuram a andar de bicicleta no meio do transito. A avenida Paulista particularmente tem calçadas muito largas, seria possível reservar um pouco dela para fazer uma ciclo faixa. Não seria simples porque o ciclista se misturaria com o pedestre.

Nailton de Souza reclama ainda das corredores destinados à circulação dos coletivos.

  • Os corredores de ônibus estão mal conservados. Além disso, a fiscalização é ineficiente. Apesar da lei liberar o corredor para taxis com passageiros, as vezes eles vão sem passageiros ou com um amigo, as vezes eles tão indo para o ponto de origem. Motos também invadem o corredor.

O R7 procurou o SETPESP (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo), mas não conseguiu contato até o fechamento da matéria.

Fonte: R7

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