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“Mãe-polvo” cuida dos ovos por mais de 4 anos

03/08/2014 – Atualizado em 03/08/2014

Por: Jornal da Ciência

As ‘mamães polvo’ não são referência em modelo parental, mas uma delas acaba de levantar a moral da espécie.

Pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey (MBARI), nos Estados Unidos, descobriram um polvo que protegeu e ‘chocou’ seus ovos por quatro anos e meio – maior tempo registrado entre todos animais.

Durante todo esse tempo, a mamãe-polvo manteve os ovos limpos e protegidos dos predadores – mesmo ela perdendo peso e com sua pele tornando-se frágil e pálida.

Os autores observaram em seu artigo recente, na Public Library of Science (PLoS ONE), que os esforços da mãe foram frutos da estratégia reprodutiva. “A Graneledone boreopacifica consegue suportar longos períodos como chocadeiras e produz filhotes bem desenvolvidos, o que lhes dá a vantagem da boa capacidade de sobrevivência”, explicaram.

Esta pesquisa sugere que, além do recorde pelo maior tempo de ninhada de qualquer animal, a Graneledone boreopacifica pode ser um dos cefalópodes (grupo que inclui polvos, lulas, e seus familiares) de maior expectativa de vida. A maioria dos polvos de águas rasas e lulas vivem apenas um ano ou dois.

“O destino final de um polvo fêmea após sua ninhada é, inevitavelmente, a morte”, escreveram os pesquisadores. “Mas neste primeiro exemplo do fundo do mar, a ninhada mostra uma extensão da vida adulta que excede – e muito – a maioria das projeções da longevidade cefalópode”.

A descoberta

Nos últimos 25 anos, de meses em meses, uma equipe de pesquisadores liderada por Bruce Robinson, tem realizado pesquisas de animais no fundo do mar em um local nas profundezas do Monterey Canyon, que eles chamam de ‘Midwater 1’.

Em maio de 2007, durante uma dessas pesquisas, os pesquisadores descobriram um polvo fêmea fixado em um rochedo, localizado um pouco acima do chão do cânion, a cerca de 1.400 metros (4.600 pés) abaixo da superfície do oceano.

O polvo não estava no local durante seu mergulho anterior, em abril. Nos próximos quatro anos e meio, os pesquisadores mergulharam neste mesmo local 18 vezes. Em todas as vezes, eles encontraram o mesmo polvo, que eles conseguiam identificar por suas cicatrizes distintas, no mesmo lugar.

Conforme os anos passaram, os ovos translúcidos ficavam maiores e os pesquisadores puderam acompanhar o processo.

No mesmo período, a fêmea perdeu peso gradualmente e sua pele tornou-se solta e pálida.

Os pesquisadores nunca presenciaram a fêmea deixando seus ovos sozinhos, sequer para procurar alimentos. Ela nem sequer mostrava interesse em pequenos caranguejos e camarões que rastejavam ou nadavam nas proximidade, para que nada atrapalhasse sua concentração na proteção dos ovos.

A última vez que os pesquisadores viram o polvo com sua ninhada, foi em setembro de 2011. Quando eles voltaram, um mês depois, descobriram que a incrível mãe havia falecido.

Os pesquisadores escreveram: “A face da rocha que o polvo havia ocupado, incorporou os restos das cápsulas de ovos vazias”.

Depois de contar os restos das cápsulas, os pesquisadores estimaram que o polvo fêmea havia chocado cerca de 160 ovos.

Como esses jovens polvos passam tanto tempo em seus ovos, quando eles nascem, são totalmente capazes de sobreviver por conta própria e caçar pequenas presas.

De fato, os recém-nascidos de G. boreopacifica são maiores e mais desenvolvidos do que os filhotes de qualquer outro tipo de polvo ou lula.

Fonte: DailyMail Foto: Reprodução / DailyMail

Reprodução

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