30/06/2014 – Atualizado em 30/06/2014
O fundo do poço tem mola: conheça celebridades que se recuperaram de vícios
Por: VEJA (editado)
A fama precoce e rápida demais, a falta de uma estrutura familiar, depressão e muitos outros fatores podem causar uma série de problemas na vida de celebridades.
Justin Bieber e Miley Cyrus, astros teens que entraram em um círculo vicioso de acidentes, prisões e constantes cenas embaraçosas pelo uso de drogas e bebidas em excesso são apenas alguns exemplos.
Alguns caem em vícios de drogas, sexo, bebidas desde muito jovens e se perdem nesse caminho, passando a viver uma vida conturbada e muitas vezes perigosa. A morte é inevitável para alguns desses astros, como o ator Cory Monteight e Heath Ledger, que sofreram overdoses.
Mas não existe regra que não tenha exceções. Nem todos que sofrem com essa situação se acomodam e desistem de lutar. Conheça alguns artistas que apesar de terem caído nas armadilhas dos vícios, conseguiram sair e hoje vivem uma vida normal, exemplos de que nunca é tarde para se arrepender e buscar a recuperação.
Robert Downey Jr.
Quem vê o ator Robert Downey Jr. de agora mal lembra o ator-problema do final dos anos 1990. Preso e internado em clínicas de reabilitação diversas vezes, Downey ficou livre dos vícios em 2002. Segundo o ator, a ajuda da esposa Susan Downey foi fundamental. Na época, Downey Jr. acabara de sair de uma de suas muitas passagens pela rehab e era considerado uma persona non grata em Hollywood. Ele conseguiu o papel no filme Na Companhia do Medo (2003) apenas com o acordo de que boa parte de seu salário só seria paga ao fim do trabalho. Foi durante as gravações que ele começou a namorar Susan, com quem se casou em 2005. Segundo o ator, foi ela quem deu um ultimato e pediu que ele escolhesse as drogas ou ela. “Tive que fazer um esforço infernal para me livrar dessas coisas”, disse o ator em entrevista a revista alemã Penthouse. Além da esposa, que também o tirou da “vida de farra”, Downey aponta a yoga e o kung fu como complementos no tratamento aos vícios. Atualmente, o ator não é mais visto em festas ou causando problemas. Focado no trabalho, ele é o responsável por duas franquias de sucesso: Sherlock Holmes e Homem de Ferro. Em 2013, ele foi eleito o ator mais bem pago do mundo pela Forbes, com cerca de 75 milhões de dólares ganhos em um ano.
Demi Lovato
A cantora Demi Lovato começou a carreira aos 7 anos, quando entrou para o elenco do programa infantil Barney e Seus Amigos, nos Estados Unidos. A fama mundial viria aos 15, quando ela estrelou o filme da Disney Camp Rock. O que poucos sabiam é que, já nesse momento, a garota sofria de depressão, transtornos alimentares e automutilação. A fama rápida, a agenda lotada e a falta de estrutura familiar levaram a atriz a um colapso, que culminou, em 2010, na sua internação em uma clínica de reabilitação para tratar também do vício em álcool e cocaína. O que parecia o fim para a jovem, no entanto, foi o começo de uma nova fase na carreira. Ao admitir seus problemas e o tratamento, Demi assumiu uma imagem responsável e manteve seus fãs, que a apoiaram durante o processo de recuperação. Mais tarde, a garota lançou o documentário Demi Lovato: Stay Strong, apresentado em 2012 pela MTV, em que ela narrava seus problemas do passado e admitia que não estava 100% curada, mas que estava determinada a continuar o processo de tratamento. Em 2013, ela publicou o livro Demi Lovato – 365 Dias do Ano (Staying Strong). Nas páginas, a jovem traz citações e reflexões diárias para ajudar jovens que passam por situações parecidas.
Drew Barrymore
A atriz Drew Barrymore ficou mundialmente famosa aos 7 anos, quando atuou no clássico E.T. – O Extraterrestre (1982), no papel de Gertie. Aos 9, a garota começou a beber, aos 10 a fumar maconha e aos 12 já usava cocaína. No ano seguinte ela entrou em uma clínica de recuperação. Após alguns meses sóbria, a atriz voltou a usar cocaína e chegou a roubar a mãe para fugir de cidade, mais tarde tentou suicídio e voltou para a rehab. Em 1990, quando Drew tinha 14 anos, ela lançou a autobiografia Little Girl Lost, em que narra sua luta contra os vícios e problemas familiares. Apadrinhada pelo músico David Crosby e a esposa Jan Dance, ex-dependentes químicos, a atriz conseguiu se manter sóbria e logo conquistou a emancipação dos pais. “A verdade é que você nunca está completamente curado”, disse a atriz à revista People na época. Nos anos 1990 sua carreira, que havia sido abalada pelos vícios, foi recuperada e Drew passou a atuar em diversos filmes, especialmente comédias e romances, sua marca registrada nos dias de hoje. Entre seus principais sucessos estão Todos Dizem Eu Te Amo (1996), Afinado no Amor (1998), Para Sempre Cinderela (1998), Nunca Fui Beijada (1999), As Panteras (2000), Como se Fosse a Primeira Vez (2004), Letra e Música (2007), entre outros. Hoje Drew vive seu terceiro casamento com o ator Will Kopelman, com quem tem dois filhos.
Fergie
A cantora Fergie, do grupo The Black Eyed Peas, contou em entrevista à apresentadora Oprah que começou a usar ecstasy na adolescência e mais tarde se tornou usuária de crystal meth, uma anfetamina com efeito mais potente que cocaína. Na época, Fergie fazia parte do trio feminino Wild Orchid, que durou todos os anos 1990 e chegou ao fim em 2000, quando a cantora havia desenvolvido, por causa da droga, uma mania de perseguição e pesava apenas 40 quilos. Segundo ela, por um longo período acreditou que estava sendo seguida pelo FBI e pela SWAT, policias especiais americanas. Certo dia, ela entrou em uma igreja, achando que estava sendo perseguida, e fez uma oração, marco que a fez decidir deixar as drogas. “Eu fiquei paranoica. Eu entrei nesta igreja e tive uma conversa com Deus. Disse: ‘ok, se eu sair e o FBI e a SWAT não estiverem lá fora, então isso é um efeito das drogas e eu prometo parar’”, disse em entrevista à Oprah. “Quando sai da igreja, não tinha ninguém, apenas Deus e eu. Então eu mantive minha promessa até hoje. Depois entrei na terapia, analisei minha alma e passei a me conhecer melhor”, conta. Atualmente a cantora é casada com o ator Josh Duhamel, com quem tem um filho.
Robin Williams
Na década de 1980, o ator e comediante Robin Williams era conhecido por seus vícios em álcool e cocaína. Ele decidiu parar em 1983, com o nascimento de seu primeiro filho e também após a morte do comediante John Belushi de overdose acidental. Por 20 anos o ator ficou sóbrio e viu sua carreira deslanchar, somando no total quatro indicações ao Oscar e uma vitória pelo filme Gênio Indomável (1997). Contudo, em 2003, ele voltou a beber. O que o levou a ser internado em uma clinica de reabilitação em 2006, por intervenção da família. Em entrevista ao jornal The Guardian, em 2010, o ator assume que frequenta semanalmente as reuniões do Alcoólicos Anônimos (AA). “Eu decidi parar porque sinto muito medo e ansiedade. E você pensa que o vício vai facilitar o medo, mas não, ele piora”, diz. Desde a segunda internação, Williams faz questão de falar sobre seus vícios e como tem sido o processo de recuperação. Em 2011, ele apresentou o documentário do Discovery Channel, Curiosity: Your Body On Drugs, sobre os efeitos das drogas no corpo humano.
Elton John
O cantor britânico Elton John começou a usar cocaína em 1974, enquanto gravava seu oitavo álbum. A dependência o levou a outros problemas e vícios, como o abuso de substâncias alcoólicas, tentativa de suicídio e distúrbios alimentares. A decisão por ficar sóbrio veio em julho de 1990, três meses após a morte do adolescente Ryan White, que contraiu Aids após uma transfusão de sangue. “Meu problema tinha cura, o do Ryan não. Após sua morte decidi mudar minha vida. E digo com orgulho que estou sóbrio desde então”, diz John em carta aberta publicada no site Daily Mail. “Eu ainda sonho, toda semana, que estou usando cocaína e acordo limpando o nariz. É bem frustrante, mas ao mesmo tempo é algo que me mantém na linha”, conta em entrevista ao site NPR. A morte de White também motivou John a fundar a organização Elton John AIDS Foundation. Em 2012, o cantor lançou o livro O Amor É A Cura – Sobre Vida, Perda e o Fim da Aids, em que conta os dramas vividos nos anos 1980 devido ao uso de drogas, a recuperação e seu engajamento na luta contra a Aids.






