27.9 C
Três Lagoas
domingo, 13 de julho, 2025

“O Google não é a internet”, diz diretor sobre nova política

Entretenimento – 02/03/2012 – 17:03

Em meio a polêmicas sobre a nova política de privacidade do Google, que entrou em vigor na quinta-feira, o diretor de Comunicação e Assuntos Públicos da companhia no Brasil, Felix Ximenes, tranquilizou usuários sobre os novos termos e afirmou que a reação foi “alarmista”e a interpretação, “equivocada”. “Muita gente nos acusou de fazer algo que nem o governo americano conseguiu: criar um usuário único de internet. O Google não é a internet, é uma empresa. A internet é muito maior que a gente”, disse em conferência telefônica com a imprensa nesta sexta-feira.

Com a nova política, o Google passa a tratar cada usuário como um usuário único, e pode cruzar os dados de diferentes serviços – como Gmail, Google+, buscador e YouTube – para melhorar a entrega de publicidade, por exemplo. Ximenes destaca, no entanto, que a medida visa unicamente “refinar a qualidade da resposta” ao usuário logado e que o Google ocasionalmente já cruzava dados de serviços diferentes. “Com a nossa nova política, deixamos claro que isso pode acontecer. A tendência de uso na internet é que você tenha uma experiência mais pessoal, até porque o uso do celular cresce, e o celular é extremamente pessoal”, afirmou. “O nosso negócio está construido 100% em credibilidade. Se falharmos nisso, o usuário vai embora da noite para o dia. Temos 14 anos de história para mostrar a consistência da nossa política. Há 14 anos temos potencial para saber o que você está fazendo na internet, e não fazemos”, disse Ximenes.

O Google foi chamado para prestar esclarecimentos sobre a nova política no Congresso americano, e as novas regras vem causando polêmica na União Europeia. A comissária de Justiça da União Europeia, Viviane Reding, afirmou na quinta-feira que elas não estão de acordo com a lei da Europa “em vários aspectos”. “Um deles é que ninguém foi consultado, não está em conformidade com a lei de transparência e utiliza a informação privada para entregá-la para terceiros, o que não é o que os usuários concordaram”, disse.

Ximenes garante, no entanto, que o Google não entrega informações a terceiros. “O Google sempre teve acesso a essas informações e nunca vendeu e nunca vai vender essas informações. Já tínhamos esses dados, porque o usuário forneceu. O que nós estamos fazendo é alertar o usuário sobre a coleta desses dados”, disse o diretor da empresa. O Google anunciou em janeiro as novas políticas, afirmando que o objetivo é simplificá-las, consolidando 60 diretrizes em uma única que se aplica para todos os seus serviços. “As nossas políticas de privacidade essencialmente não mudaram muito, estamos concentrando em uma só. Antes, tínhamos várias políticas, e uma ferramenta de controle de privacidade só. Agora, temos uma política e uma ferramenta só, e a ferramenta continua simples de usar”, diz Ximenes. “Acho que ninguem está lendo e comparando com a política anterior.”

Outra crítica enfrentada pelo Google é que, com a nova política, por padrão, o usuário concorda com a coleta e uso desses dados pelo Google. Como a maioria dos usuários não tem o hábito de ler regras de privacidade ou não presta atenção nas opções de controle que tem, muita gente acha as novas normas um risco. “Nosso interesse é mostrar ao usuário que tem muita coisa em jogo. Você parou pra pensar no que você quer compartilhar? Os dados já estão na internet. O usuario deveria parar e pensar sobre o que as empresas estão coletando do seu perfil, do seu hábito de uso. A gente quer estimular isso”, afirmou.

Ximenes destaca ainda que, se por acaso o usuário não concordar com as políticas de privacidade, tem ferramentas para lidar com isso. “Se você lê a política e nao concorda, pode ir na ferramenta de privacidade e mudar”, disse. “Se não concorda, pode parar de usar o serviço. Usar serviço como busca e mapas anonimamente (sem estar logado), ou abandonar o serviço”, continuou. “A nova política permite ao usuário dosar a privacidade. Se não concordar com os termos, pode baixar as informações e parar de usar o serviço”, afirmou.

Fonte: Terra

Deu na Rádio Caçula? Fique sabendo na hora!
Siga nos no Google Notícias (clique aqui).
Quer falar com a gente? Estamos no Whatsapp (clique aqui) também.

Veja também

Câmara discute estrutura de governança da inteligência artificial em audiência pública

A Comissão Especial sobre Inteligência Artificial da Câmara dos Deputados realizará, na próxima terça-feira (15), às 14h, uma audiência pública para discutir a estrutura...

Dez anos da LBI: Brasil ainda enfrenta barreiras na inclusão de pessoas com deficiência

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), completou 10 anos...

Após feminicídios brutais, MS avança em projetos para expor histórico criminal de agressores

Manchetes trágicas marcaram o noticiário sul-mato-grossense em 2025: “Ex-marido que tentou matar mulher a tiros tinha mais de 8 passagens por violência doméstica”, “Noivo...