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“Urubu Mobile”, o aplicativo criado para combater o atropelamento de animais

13/05/2014 – Atualizado em 13/05/2014

Por: R7

Um aplicativo para smartphones pode se transformar no principal aliado do Brasil para reduzir as mortes de animais silvestres atropelados nas estradas, calculadas em cerca de 450 milhões ao ano.

O programa, lançado no mês passado e que os usuários dos aparelhos podem baixar gratuitamente, permite a qualquer pessoa enviar a foto de um animal atropelado que, automaticamente, se somará a dados como o lugar (GPS), a data e a hora em que a imagem foi feita. Trata-se do “Urubu Mobile” (disponível para ‘Android’ e ‘Google Play’), que em apenas um mês foi baixado por mil pessoas e cujos responsáveis, conforme explicaram à Agência Efe, esperam que se popularize não só entre biólogos, guardas florestais, fiscais ambientais e policiais rodoviários, mas também entre motoristas de caminhões e ônibus.

A intenção é criar um banco de dados unificado sobre os atropelamentos de animais selvagens no país, e reunir informações que possam servir como base a políticas ou medidas para tentar reduzir este tipo de acidentes. “Queremos identificar com precisão quantos e quais espécies são atropeladas por quilômetro e por dia no país”, explicou Alex Bager, professor de Ecologia na Universidade Federal de Lavras (UFLA), Minas Gerais, e um dos principais especialistas brasileiros da chamada “Ecologia de Estradas”. Segundo Bager, que coordena um grupo de pesquisadores de cinco universidades dedicado a estudar o assunto, além de oferecer informações confiáveis sobre o atropelamento de animais, o aplicativo permitirá criar um “selo de qualidade” para certificar as estradas mais seguras para a fauna e determinar em quais vias é necessário adotar medidas preventivas.

“Queremos ajudar na conservação da fauna selvagem e só conseguiremos propor ações efetivas para reduzir os atropelamentos se tivermos informações concretas”, acrescentou ele, para quem o programa permitirá desenhar mapas das regiões e espécies mais atingidas. De acordo com o coordenador, após a identificação dos trechos mais perigosos para os animais, é possível sugerir a instalação de túneis, redes de proteção, passarelas ou até cordas que possam ser usadas pelos animais que vivem nas árvores.

O projeto, financiado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, também permitirá criar uma metodologia única e confiável para contabilizar e validar as mortes de animais nas estradas. Os pesquisadores calculam, a partir de estudos com mostras limitadas, que 450 milhões de animais morrem atropelados por ano. Em seu primeiro estudo sobre o tema, em 2002, Bager calculou em 100 mil as mortes anuais de animais em um trecho de estrada de 150 quilômetros, com uma taxa de 2,1 animais por quilômetro por dia.

Em 2010, a partir das pesquisas do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) de diferentes ecossistemas e de análise de especialistas de países como os Estados Unidos e a Austrália, o pesquisador da UFLA calculou em 265 o número de animais mortos anualmente por quilômetro de estrada no Brasil.

Levando em consideração que a malha viária do Brasil chega a 1,7 milhões de quilômetros, os especialistas concluíram que, a cada ano, morrem atropelados 450 milhões de animais. Destes, 400 milhões são pequenos vertebrados e três milhões grandes vertebrados. As principais vítimas são antas, capivaras, tartarugas, gambás, gatos selvagens, cachorro-do-mato e tamanduás. O “Urubu Mobile” também permitirá, com a ajuda de 300 pesquisadores vinculados ao CBEE, identificar as espécies mais afetadas. “Cada foto será analisada por cinco especialistas e a identificação da espécie será incluída no banco de dados quando, pelo menos, três deles concordarem”, afirmou.

O aplicativo também pretende apoiar os administradores de reservas ambientais cortadas por estradas para que adotem medidas de proteção mais eficazes. Uma das maiores preocupações dos responsáveis pela tecnologia, atualmente, é um projeto de lei discutido no Congresso que flexibiliza as normas sobre construção de estradas em reservas ambientais.

Foto: Divulgação

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