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Confrontos deixam pelo menos 15 civis mortos na Síria

Internacional – 01/03/2012 – 07:03

Pelo menos 15 civis foram mortos nesta quarta-feira (29) em episódios de violência na Síria, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Oito deles morreram na cidade estratégica de Homs, alvo de uma ofensiva do Exército desde 4 de fevereiro.

Um outro civil foi morto na região de Homs perto de Rastane, acrescentou o OSDH.

Outros dois morreram na região da capital, Damasco, e três na província de Idleb (norte). Em Deir Ezzor (leste), um adolescente foi morto.

Enquanto isso, oito membros das forças governamentais foram mortos em confrontos e em ataques nas regiões de Aleppo e Deraa (sul), indicou a mesma fonte.

Assad é contestado por uma revolta popular iniciada em março de 2011. A repressão aos protestos já matou mais de 7.500, segundo avaliação da ONU.

Resistência

O regime de Assad quer esmagar a qualquer preço a rebelião de Homs para evitar que esta cidade estratégica se transforme na capital da resistência, como aconteceu com Misrata na Líbia durante a rebelião contra Muammar Kadhafi, afirmam os analistas.

“A queda de Misrata anunciou a queda de Kadhafi em Sirte”, afirmou à France Presse Karim Bitar, diretor de pesquisas no Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS) de Paris.

Kadhafi morreu em sua cidade natal em outubro de 2011.

“Se o regime não conseguir conter a revolta em Homs, Damasco e Aleppo, essas cidades podem começar a ferver”, completou.

Nos últimos dias, os protestos se tornaram mais intensos em Damasco e na segunda maior cidade do país.

Apesar de três semanas de bombardeios contra a “capital da revolução”, o Exército sírio não conseguiu romper a resistência dos desertores menos equipados, mas determinados a lutar até o fim.

“O regime acredita que, se controlar Homs, acabará com a revolução”, declarou à AFP o coronel Rias al-Assad, porta-voz do Exército Sírio Livre (ESL), força integrada por desertores que combate o exército regular, em particular nesta cidade de um milhão de habitantes.

“Mas enfrenta uma resistência feroz e, por isto, até agora não lançou uma ofensiva”.

Para os analistas, o Exército hesita em iniciar uma “guerra urbana”.

“O Exército sírio sabe que entrar no bairro de Baba Amro significará ser atacado de todos os lados e que terá que tomar casa por casa”, explica Fabrice Balanche, diretor do Grupo de Pesquisas e Estudos do Mediterrâneo e Oriente Médio (GREMMO), com sede em Lyon, França.

“Em 1982, o símbolo era Hama, hoje Baba Amro, por ser o bairro que mais resiste em Homs”, completou Balanche.

Há 30 anos, uma revolta da Irmandade Muçulmana em Hama foi esmagada pelo presidente Hafez al Assad, pai de Bashar, em uma ofensiva que deixou milhares de mortos.

“O regime irá até as últimas consequências, mas como não pode permitir-se 20 mil mortos como em Hama, bombardeia para aterrorizar os civis e provocar sua fuga. Quando restarem apenas os rebeldes, poderá arrasar Baba Amro”, disse o analista.

De acordo com Balanche, o bairro de 40 mil habitantes já perdeu dois terços de sua população.

Além disso, a batalha de Homs também é uma questão geopolítica.

Terceira maior cidade da Síria, Homs é um centro industrial que fica entre Damasco e o norte do país. Sua província fica na fronteira com o norte do Líbano, de maioria sunita e simpatizante da revolta.

Também é um cruzamento vital, pelo qual passam as mercadorias da Turquia para os países do Golfo, gasodutos e oleodutos.

“Se a cidade ficar nas mãos da oposição, o país fica dividido em dois”, afirmou Agnès Levallois, especialista em Oriente Médio.

“Se o regime controlar Homs, vai obstruir a mobilidade do ESL”, explicou Levallois.

Segundo analistas e militantes, as armas para os rebeldes passam principalmente pelo norte do Líbano.

A preocupação do regime, nas mãos dos alauítas (corrente xiita minoritária na Síria), “é o eixo sunita Homs-Trípoli” (grande cidade do norte do Líbano), segundo Balanche.

A cidade de Homs reflete ainda as tensões religiosas do país.

O alauítas, que constituem 25% da população de Homs, controlam os cargos administrativos e atiçam a frustração das classes populares sunitas, que devem contentar-se com trabalhos menores ou dedicar-se ao contrabando com o Líbano.

“No começo, o levante dos bairros sunitas e pobres foi, acima de tudo, uma revolta contra a miséria”, afirma Balanche.

Fonte: Correio 24 horas

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