Internacional – 27/02/2012 – 15:02
Um carro-bomba guiado por um militante suicida matou nove pessoas num atentado realizado na segunda-feira em um aeroporto militar no leste do Afeganistão, disseram autoridades, em mais um incidente de violência desde que exemplares do Alcorão foram queimados na semana passada em uma base da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Não há indicações oficiais de que a explosão no acesso ao aeroporto de Jalalabad tenha ligação com os protestos decorrentes da profanação do livro sagrado, mas o Taliban reivindicou a autoria do ataque, que disse ser uma “vingança” contra a queima dos livros.
Segundo um porta-voz da Isaf (força da Otan) na província de Nangarhar, cuja capital é Jalalabad, o atentado feriu 19 civis e policiais afegãos, e quatro soldados da Otan. O aeroporto de Jalalalbad é usado quase exclusivamente por militares dos EUA e da Otan.
Os EUA e a Otan já pediram desculpas pela queima dos exemplares do Alcorão na sua base aérea de Bagram. A embaixada dos EUA em Cabul alertou para uma ameaça “ampliada” a seus cidadãos devido a esse incidente, e muitos ocidentais foram orientados a não saírem dos complexos fortificados onde vivem e trabalham.
No domingo, sete instrutores militares dos EUA ficaram feridos por uma granada atirada contra a sua base no norte do Afeganistão. Nos frequentes protestos dos últimos dias, muitos manifestantes aparecem com a bandeira branca do Taliban, e gritos de “Morte à América!” são ouvidos.
Os EUA e seus aliados pretendem retirar totalmente suas tropas de combate do Afeganistão até o final de 2014, e o embaixador norte-americano em Cabul, Ryan Crocker, alertou contra o impulso de antecipar a desocupação por causa da atual crise.
“As tensões estão muito elevadas aqui. Acho que precisamos deixar as coisas se acalmarem, voltarem a uma atmosfera mais normal, e então retomaremos nossas atividades”, afirmou ele à CNN. “Não é hora de decidir que já acabamos por aqui. Temos de redobrar nossos esforços. Temos de criar uma situação em que a Al Qaeda não volte.”
Fonte: Reuters