25/12/2013 – Atualizado em 25/12/2013
Por: Uol
Para os católicos, as comemorações pelo nascimento de Jesus simbolizam a reafirmação da fé, da fraternidade e do amor. No entanto, o momento da confraternização vem, muitas vezes, associado a uma vasta ceia. Assim, é difícil não dar vazão a uma prática nada religiosa: a gula.
Em boa parte das casas, o cardápio da ceia é estrelado, tradicionalmente, pelo peru, tender, chester ou pernil, acompanhados de arroz à grega, farofa, salpicão e saladas. Porém há os que investem pesado na comilança e ultrapassam os limites de um simples jantar festivo.
É o caso da família do cozinheiro Ramon de Jesus França, 22, que define a ceia de Natal da casa dele como “um banquete para um batalhão”. O jantar é servido para cerca de 30 pessoas e já é conhecido pelos familiares e amigos pela fartura.
“Sempre aparece mais gente do que o previsto. Tudo tem que ser muito farto para não faltar nada e a festa durar até a madrugada”, contou.
Eventualmente, a mesa, que não é nada modesta, ainda recebe reforço de alguns convidados, que levam de casa quitutes e sobremesas.
Como se não bastasse a comilança do dia 24, no dia seguinte a família ainda tem fôlego para o segundo round: sai o peru, ficam as sobras da ceia, entra a carne e um grande churrasco é preparado para os amigos e vizinhos.
“Natal é uma festa tão agradável que merece misturar a família, que é uma coisa sagrada, com a comida, que nos dá tanto prazer”, disse.
Maratona
Em busca dessa combinação, o administrador Alexandro Vieira, 38, espera, ansioso, pela chegada do Natal. Apaixonado pela culinária natalina desde criança, ele transforma o Natal em uma verdadeira maratona, e corre contra o tempo para ir a todos os almoços e jantares possíveis.
A corrida em busca das delícias começa por volta das 20h do dia 24, quando Alexandro faz a primeira parada na casa da sogra. “O primeiro prato da noite é sempre modesto, é a entrada. Não abuso”, garantiu.
Em seguida, ele segue para a casa da avó, onde é realizado o jantar da família. “Lá é onde me esbaldo. Como estou entre parentes, não tenho vergonha de comer e beber a quantidade que tenho vontade. Sem falar que a comida de minha avó é espetacular e merece que eu a aprecie sem moderação”, afirmou.
A última parada é na casa do melhor amigo. Nela, Alexandro garante que o foco é a sobremesa.
Com 87 quilos distribuídos em 1,89 m, o administrador acredita que a corrida pela ceia não traz prejuízos à saúde. “Cometo esses exageros apenas uma vez no ano. É quando me dou ao luxo de enfiar o pé na jaca, pois são comidas que aprecio. Não vou morrer por isso”, brincou.
Cautela
O exagero na comilança pode até já estar cristalizado no imaginário de muitas famílias, mas a nutricionista Valéria Soares afirma que é preciso cautela.
“Costumo dizer que, dentre todas as festas do ano, o Natal é a que mais engorda. O cardápio é altamente calórico, por conta dos frios, embutidos, frituras, doces e das bebidas alcoólicas. O ideal é pegar leve e não cometer exageros”, recomendou.
Segundo a profissional, uma alternativa para os mais gulosos é abusar das saladas, frutas e optar por proteínas grelhadas: “Maneirar na gordura é fundamental”.

