05/11/2013 – Atualizado em 05/11/2013
Por: Andradina Virtual
Andradina pode estar entre as cidades do esquema conhecido como Máfia do Asfalto. É o que revela uma planilha financeira apreendida durante a Operação Fratelli, deflagrada em abril pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Informações contidas em pen-drive apreendido durante a Operação Fratelli, em posse do empresário Olívio Scamatti, de Votuporanga, que está preso desde abril sob acusação de liderar a chamada Máfia do Asfalto, relaciona três deputados e outras oito cidades da região de Araçatuba em um possível esquema de pagamento de propinas que totaliza R$ 653 mil. A máfia é apontada pelo Ministério Público e Polícia Federal como responsável por fraudar licitações em pelo menos 62 municípios paulistas.
Os documentos apreendidos durante a investigação, que, embora deflagrada em abril deste ano, começou em 2008, mostram o que seria a contabilidade paralela do Grupo Scamatti no suposto esquema de distribuição de dinheiro em troca de facilitações nas licitações em que disputava a execução de obras públicas. Na planilha encontrada em posse de Scamatti pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), responsável pela operação, aparecem os nomes “Itamar”, “Roquinho” e “Dado”, que, para o órgão do MP, seriam os deputados estaduais Itamar Borges (PMDB) e Roque Barbiere (PTB), e o federal João Dado (PDT) — todos com atuação política na região.
Conforme os documentos apreendidos na operação, para os três parlamentares, teriam sido liberados R$ 312 mil. Itamar teria sido o maiorbeneficiado, com R$ 267 mil. A apuração ainda indica repasse de R$ 25 mil para Dado e R$ 20 mil a Roquinho.
Na lista de cidades, o que leva membros do MP a acreditar na possibilidade de os recursos terem sido distribuídos a agentes públicos, a contabilidade paralela do grupo Scamatti menciona Andradina, Ilha Solteira, Santópolis do Aguapeí, Turiúba, Nova Castilho, Luiziânia, Lourdes e Lavínia.
DEFESA
O deputado estadual Roque Barbiere (PTB) negou ontem envolvimento com o empresário Olívio Scamatti, apontado como chefe do esquema de fraude em licitações e pagamento de propinas, investigado pelo Ministério Público e que está em fase de apreciação no Judiciário. A reportagem tentou contado com outros dois deputados relacionados ao possível esquema de propina. No gabinete de João Dado, em Brasília, uma assessora disse que ele estava em São Paulo, dando palestras, e que não poderia falar sobre o assunto. O parlamentar Itamar Borges (PMDB) também negou envolvimento no esquema.
