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Três Lagoas
domingo, 24 de agosto, 2025

Fazendeiros de tradição deixam à pecuária e migram para outros setores

04/11/2013 – Atualizado em 04/11/2013

A antiga terra do gado virou a “Rainha da Celulose” na região leste do Estado

Por: Marco Campos

Os três-lagoenses mais antigos se acostumaram com as tradições da lida com o gado em toda a região leste do Estado, na área de circunscrição ao município de Três Lagoas.

Principalmente nas décadas de 50 a 80, o município foi a “casa” de muitos pecuaristas de todo o País, que mantinham a tradição na pecuária em solo sul-mato-grossense.

Coronel Antônio Trajano Pereira dos Santos

Aos dezesseis anos, chega ao “Sertão dos Garcias”, no município de Paranaíba. No início da década de 1890, segue o exemplo de outros pioneiros, como Luís Correia Neves Filho e Protásio Garcia Leal, e se estabelece onde hoje está situado o município de Três Lagoas. Instala-se no Campo Triste, no “Retiro das Telhas”, com a esposa, Maria Lucinda Garcia de Freitas(neta de Januário Garcia Leal Sobrinho).

Anos depois, transfere-se para o Córrego do Palmito, onde vive até 1893.
Nesse ano, adquire a “Fazenda das Alagoas”, de propriedade de Cândido Roldão e João Elias. Ergue ali sua primeira residência, chamada de “Laranjal”, às margens da maior das três lagoas do local.

A expansão da bem-sucedida criação de gado – o primeiro ciclo econômico local -, o início do comércio e a vinda de colonizadores garantiram o surgimento de um povoado ao redor de sua propriedade. Já então, cedia pequenas faixas de terra aos imigrantes recém-chegados. Entre 1902 e 1905, 700 pessoas se estabeleceram ao redor da Lagoa Maior.

Mas os bons tempos do “Reis do Gado” ficaram no esquecimento de tradicionais pecuaristas que ainda residem na cidade que tinha nos respectivos anos mais de 800 mil cabeças de gado. Na atualidade, o município possui 642,6 mil reis.

Pela expansão das florestas em toda a região, o criador sul-mato-grossense que tinha um total aproximado de 21,5 milhões de cabeças de gado, perdeu mais de 55 mil cabeças em um ano – entre 2011 a 2012 – conforme pesquisa feita recentemente pelo IBGE.

O motivo está no elevado custo de produção em meio à redução da margem de lucro do pecuarista. No Estado, os gastos aumentaram 117% de 2004 a 2012, segundo estudo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). A valorização da mão-de-obra no campo foi o que mais pesou na conta, com salários reajustados em mais de 70% no período. Insumos e suplementação mineral também apresentaram aumentos expressivos, de 141% e 95%, respectivamente. Já em 2013, o aumento dos custos foi de 4,5% somente no primeiro semestre.

Nos últimos meses, a pecuária ganhou fôlego com a valorização da arroba do boi gordo de quase 8% de um mês para o outro. No entanto, o índice não acompanhou as sucessivas altas do custo de produção.

Para saírem do “vermelho”, muitos pecuaristas de Três Lagoas optaram em abrir outros negócios ou arrendarem suas terras para o eucalipto, o que vem sendo a saída de muitos deles para arrecadar fundos para manter sua sustentabilidade.

Foto da época

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