21.8 C
Três Lagoas
quarta-feira, 20 de agosto, 2025

Tabagismo na idade escolar

02/09/2013 – Atualizado em 02/09/2013

Por: Paiva Neto

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos fumantes tiveram o primeiro contato com o tabaco em idade escolar, na faixa etária entre 5 e 19 anos. O programa “Educação em Debate”, da Super Rede Boa Vontade de Rádio, abordou esse grave tema, procurando demonstrar a enorme responsabilidade dos educadores, bem como da família, na busca de mecanismos que previnam a aproximação com o fumo, porta de entrada para drogas mais pesadas.

Em entrevista concedida à pedagoga Suelí Periotto, a dra. Mônica Andreis, mestre em psicologia clínica pela USP, vice-diretora da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), destacou o papel da escola na prevenção desse vício: “É a oportunidade que o educando tem de aprender um pouco mais sobre o tabagismo e, com isso, ter mais consciência da importância de não começar a fumar. A escola pode contribuir bastante não só enfocando a questão da saúde, mas ir além, com a discussão sobre por que as pessoas fumam, o papel da propaganda, o quanto isso afeta não só a saúde, mas o meio ambiente em que se vive. Os estabelecimentos de ensino podem abordar o assunto sob diferentes ângulos. O acúmulo de bitucas, por exemplo, é uma das coisas que mais poluem as praias brasileiras, que matam animais marinhos, porque se engasgam com aquilo; muitas florestas acabam sendo devastadas para a produção de cigarro, pois se usa lenha, se usa papel. E essas informações são muito importantes. Os alunos podem levar esse conhecimento para casa e partilhar com seus pais, familiares ou a própria comunidade. A escola pode organizar uma feira de ciências, e esse pode ser um tópico a ser discutido; apresentar um filme, chamar a família para participar e depois fazer um debate. Temos várias maneiras de explorar o assunto, e os educadores têm um papel fundamental na prevenção do tabagismo”.

Lei antifumo

Segundo a dra. Mônica, a lei antifumo contribui de fato para o desinteresse da criança pelo cigarro: “Hoje, esse impedimento é um desestímulo para que ela comece a fumar, porque as pessoas não estão mais fumando em todos os lugares como se fazia antigamente. Isso, aliado a uma abordagem da escola sobre o tema, de uma forma constante, acaba favorecendo para que não se comece a fumar na adolescência”.

O poder da influência

Indagada a respeito dos aspectos emocionais que podem influenciar a criança e o jovem com relação ao tabagismo, a dra. Mônica esclareceu ainda: “Alguns fatores acabam favorecendo para que elas experimentem ou comecem a fumar. A gente sabe que filhos de pais fumantes têm maior tendência de se tornar fumantes no futuro. Muitas crianças começam a fumar por causa desse modelo que elas têm em casa, ou mesmo na escola, daquele professor que admiram e que fuma. Daí a necessidade dessa consciência por parte dos familiares e dos professores, do poder de influência que possuem sobre a vida de uma criança. Além disso, na adolescência, a gente passa por uma série de modificações. É natural que a insegurança apareça e, às vezes, o cigarro é a válvula de escape na busca de um prazer instantâneo. É importante que a criança tenha essa percepção de que fumar não irá lhe trazer sustentabilidade ou lhe garantir sucesso na vida. O cigarro é uma droga e, uma vez que a criança o experimente, pode se tornar facilmente uma dependente química. Então, se ela tiver essa consciência, consegue, naturalmente, dizer não”.

Morte evitável

Em suas considerações finais, a psicóloga Mônica Andreis enfatizou que “o fumo passivo é considerado pela Organização Mundial da Saúde a primeira causa de mortes potencialmente evitável. É uma dimensão muito grande. Na verdade, como a gente tinha antes toda uma avaliação cultural de que o tabagismo não era um problema tão grave assim, as pessoas negligenciavam um pouco isso. Hoje temos informações e a clareza do malefício do tabaco para a saúde. É importante também que a escola possa valorizar isso e, de fato, implantar atividades para auxiliar os jovens no conhecimento e na prevenção”.

Grato, dra. Mônica. Nas escolas da Legião da Boa Vontade e nos seus programas socioeducacionais, o assunto é tratado com a seriedade devida. É o nosso contributo a fim de alertar principalmente as futuras gerações quanto ao efeito destruidor do tabagismo.

Foto: Divulgação

Deu na Rádio Caçula? Fique sabendo na hora!
Siga nos no Google Notícias (clique aqui).
Quer falar com a gente? Estamos no Whatsapp (clique aqui) também.

Veja também

Jovem é preso após tentativa de furto e ameaça com faca em Três Lagoas

Um jovem de 20 anos foi preso na noite desta terça-feira (19) após ser surpreendido durante uma tentativa de furto em um barracão localizado...

Inep divulga resultado de recursos para atendimento especializado na PND

Mais de 1,1 milhão de candidatos estão inscritos na primeira edição da prova, que será aplicada em 26 de outubro

Amanda Nodari destaca inovação como motor do setor florestal em Três Lagoas

Especialista da Dexco ressalta a importância da conexão entre empresas e startups para o futuro da silvicultura brasileira O Evolution – Encontro de Inovações e...