Internacional – 13/02/2012 – 18:02
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou nesta segunda-feira seu arqui-inimigo Irã e o grupo libanês Hezbollah pela explosão de um carro da embaixada na Índia e um atentado similar, porém frustrado, na Geórgia. O Irã negou a acusação.
As bombas, que feriram quatro pessoas, ameaçaram aumentar ainda mais as tensões já elevadas entre o Irã, que é acusado de desenvolver um programa de armas nucleares, e Israel, que descreve tal programa como uma ameaça à existência do Estado judeu.
A violência acontece em meio a comentários recentes de autoridades israelenses que levantaram preocupações de que Israel pode estar preparando um ataque contra as instalações nucleares do Irã. Os EUA e outros países ocidentais pedem que o país dê mais tempo para as sanções. O Irã já acusou Israel de ataques encobertos contra seu programa atômico, incluindo assassinatos de autoridades e cientistas graduados.
Os ataques desta segunda-feira parecem ter sido lançados com bombas presas aos carros por ímãs. Armas similares foram usadas contra os cientistas nucleares do Irã, alimentando suspeitas de que as ações desta segunda-feira foram uma retaliação elaboradas para imitar tais atentados.
“Hoje testemunhamos duas ofensivas terroristas contra civis inocentes”, afirmou Netanyahu. “O Irã está por trás desses ataques e é o maior exportador de terrorismo em todo o mundo.”
De acordo com autoridades, a explosão no carro do diplomata israelense em Nova Délhi, que estava estacionado em local perto da embaixada em Nova Délhi, foi causada aparentemente por um motociclista e deixou quatro feridos. De acordo com Israel, uma tentativa de explodir um carro da Embaixada de Israel em Tbilisi, na Geórgia, foi frustrada. Segundo o governo da Geórgia, os explosivos foram descobertos antes de serem detonados.
Nenhum grupo assumiu responsabilidade pelos ataques, mas Netanyahu disse que Israel frustrou ações semelhantes no Azerbaijão e na Tailândia recentemente. “Em todos esses casos, os elementos por trás eram do Irã e do Hezbollah”, afirmou o premiê, prometendo “agir com mão de ferro contra o terror internacional”.
Autoridades iranianas classificaram as acusações como infundadas. “Rejeitamos categoricamente as acusações do regime sionista. São parte de uma guerra de propaganda”, disse o porta-voz da chancelaria iraniana, Ramin Mehmanparast, citado pelo canal de televisão em língua árabe Al-Alam. “O Irã condena todos os atos de terrorismo”, acrescentou.
Além do Irã, o Hezbollah tem profundas diferenças com o Estado judeu. O grupo libanês combateu Israel em uma guerra de um mês de duração em 2006 e, no domingo, marcou o aniversário da morte de Imad Mughniyeh, um de seus comandantes, em um ataque de 2008 que acredita ter sido obra de Israel.
Repercussão
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, condenou nesta segunda-feira nos os atentados contra funcionários das embaixadas de Israel e disse que Washington se dispõe a participar de qualquer investigação sobre os acontecimentos.
“Condeno nos termos mais enérgicos possíveis a explosão de um veículo diplomático israelense na Índia e a tentativa de ataque contra a equipe da embaixada de Israel na Geórgia”, disse Hillary, em comunicado. “O flagelo do terrorismo é uma afronta contra a comunidade internacional”, acrescentou.
“Os Estados Unidos atribuem uma alta prioridade à segurança da equipe diplomática em todo o mundo e estão prontos a participar de qualquer investigação sobre essas ações covardes”, destacou. “Nosso pensamentos e orações estão com os feridos em Nova Délhi e seus entes queridos”, disse a chefe da diplomacia americana.
Fonte: iG