Internacional – 13/02/2012 – 16:02
Os socialistas franceses queixaram-se à organização eleitoral da França de que o presidente Nicolas Sarkozy usou dinheiro dos contribuintes para pagar viagens oficiais que seriam nada mais do que visitas de campanha, afirmou um integrante do Partido Socialista nesta segunda-feira.
Sarkozy, que deve anunciar oficialmente esta semana sua candidatura à reeleição, tem sido acusado pela oposição de apagar a linha que separa o papel de presidente e o de candidato ao viajar pela França para se encontrar com os eleitores antes da eleição, marcada para abril e maio.
Suas viagens frequentes são anunciadas como visitas presidenciais, mas os críticos e os opositores políticos afirmam que Sarkozy tem utilizado o dinheiro do contribuinte para angariar apoio dos eleitores.
“Ele não cumpre a lei em um aspecto: durante semanas, e mais uma vez na semana passada, organizou reuniões políticas com o dinheiro público”, afirmou Manuel Valls, diretor de comunicações do candidato socialista, François Hollande, favorito nas pesquisas.
Em entrevista à rádio Europe 1, Valls afirmou que o representante legal de Hollande apelará à Comissão de Finanças da Campanha Nacional “para dizer: ‘Basta de usar os recursos do Estado'”.
O palácio presidencial do Eliseu não fez comentários de imediato.
Uma vez declarados candidatos à presidência da França, os políticos precisam se submeter a limites estritos sobre o quanto podem falar na televisão e no rádio. Os partidos políticos devem pagar por todos os seus gastos de campanha.
Os políticos socialistas também reclamaram na semana passada quando Sarkozy concedeu uma entrevista coletiva ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, na qual Merkel apoiou a candidatura quase oficial do colega francês.
“Eu apoio Sarkozy de todas as formas simplesmente porque pertencemos a partidos aliados, não importa o que ele faça”, afirmou Merkel, ressaltando que ela o apóia não como chanceler (primeira-ministra), mas como líder do Partido Democrata Cristão, da Alemanha.
Outro exemplo de campanha velada financiada pelos contribuintes e não pelo partido conservador UMP, segundo os críticos, foi uma viagem realizada na semana passada na qual Sarkozy se encontrou com trabalhadores da usina nuclear de Fessenheim, no leste da França, que Hollande prometeu fechar.
Espera-se que Sarkozy anuncie sua candidatura com um discurso na quarta ou na quinta-feira. Segundo a mídia francesa, o anúncio deverá ser seguido por um comício na cidade de Marselha, no sul da França, no dia 24 de fevereiro.
Fonte: Reuters