Educação – 22/05/2013 – 17:05
O inglês faz parte de nossas vidas. Desde músicas a modelos de geladeira, a língua inglesa não é mais algo estranho às pessoas e já deixou de ser um diferencial em nossa rotina, tornou-se uma obrigação. Por motivos como esses, os pais pensam em colocar o filho na escola de inglês desde cedo. Mas até que ponto os pais devem estimular seus filhos a aprender outra língua? E existe uma idade ideal para uma criança aprender inglês?
Iniciativa
Antônia Baptista tem 16 anos e já é professora de inglês. Ela entrou na escola de idiomas aos três anos de idade, antes mesmo de ingressar na escola regular. A iniciativa foi de sua mãe: “Ela sempre achou, e acha até hoje, que aprender inglês era o mínimo que uma pessoa desta geração precisa para garantir um lugar no mercado de trabalho”, conta Antônia.
Foto: Thinkstock Images
Especialistas dizem que não há uma idade ideal para aprender um novo idioma. O cérebro da criança começa a absorver e processar estímulos mais complexos, como sons de uma nova língua, por exemplo, dos quatro aos seis anos de idade e ainda continua “aberto” a novas possibilidades cognitivas até a puberdade.
Gostar de aprender
A lógica do “quanto mais cedo, melhor” só é verdadeira se a criança realmente gostar de aprender a nova língua. “O educador deve se preocupar com o interesse dos alunos pelo tema em qualquer que seja o conteúdo a ser aprendido. As crianças gostam de aprender e brincar e o conteúdo da língua é o que mais possibilita esse recurso como estratégia de ensino”, diz Eloísa Lima, psicopedagoga e diretora da escola em que Antônia estudou e agora trabalha. Eloísa ainda garante que, de maneira prazerosa, o aprendizado ideal acontece antes dos sete anos.
Papel dos pais
É comum os pais estimularem os filhos a aprenderem cada vez mais e, muitas vezes, obrigam a criança a um aprendizado forçado com receio de que mais tarde ela terá dificuldades em utilizar a nova língua. Ou seja, apenas pagar a escola para o filho não é garantia de aprendizado. A professora de inglês Berenice Picazzio Perez adverte para os malefícios da obrigação em aprender: “Forçá-la a aprender o idioma fará com que ela [criança] se sinta obrigada a mostrar bom desempenho. Isso tende a gerar, mesmo que inconscientemente, a noção de acerto e erro, o que com certeza não contribuirá com a apropriação desse idioma”.
Ajudar a construir
Eloísa lembra que atitudes de pai para filho falando “o inglês é muito difícil”, “sua mãe não sabe nada” e “nem me pergunte nada” só alimentam o medo da criança pelo idioma. Mas o estímulo construtivo, inserindo o idioma de forma espontânea, é ótimo para a apreender a nova língua. Por exemplo, perceber que a criança gosta de uma música ou de um filme em inglês pode fazer com que ela fique curiosa com aquilo e queira aprender.
A psicopedagoga ainda afirma que além de servir da para a comunicação prática, o ensino de outra língua favorece o desenvolvimento do cérebro, aumentando a massa cinzenta, área do cérebro responsável pelos processamento de informações e possibilitando melhores interações com outras línguas.
Antônia, fã de Harry Potter e Miley Cyrus, diz que “deve muito” à mãe pela iniciativa de colocá-la desde cedo no inglês. Hoje ela faz aulas de francês e piano, e pensa em prestar o vestibular para os cursos de Psicologia ou Letras.
Fonte: Papo Feminino