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SP teve 90% das mortes por gripe H1N1 no país em 2013, diz ministério

Saúde – 21/05/2013 – 16:05

O estado de São Paulo concentrou 90% das mortes pela gripe A(H1N1), a chamada gripe suína, entre o começo deste ano e o dia 12 de maio, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (21). Dos 61 óbitos em todo o país em razão da doença, 55 foram em São Paulo.

Os dados fazem parte do balanço de vacinação de gripe apresentado pelo governo federal. As informações apontam que foi superada a meta de vacinar 80% do público-alvo (crianças de até 2 anos, trabalhadores de saúde, gestantes, mulheres até 45 dias após o parto, indígenas e idosos). De modo geral, 83,7% do público-alvo foram vacinados durante a campanha deste ano.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, manifestou “preocupação” com o que acontece no estado de São Paulo e disse que enviou uma equipe ao estado. A principal suspeita, diz o ministro, é de que o uso do medicamento antiviral tamiflu (oseltamivir) não esteja sendo aplicado nas primeiras 24 horas após suspeita da doença, sem necessidade de confirmação por exame laboratorial.

“Há preocupação especial para aquilo que ocorre no estado de São Paulo. Hoje, de todos os casos de óbitos, 90% ocorreram no estado. Identificamos antecipação de casos de H1N1 no estado. Então, tem uma preocupação especial para o que acontece no estado de São Paulo”, disse Padilha durante apresentação dos dados.

Conforme o ministro, haverá uma investigação detalhada sobre os casos de óbito e uma força-tarefa do ministério foi enviada para o estado Além disso, disse ele, serão feitas conferências periódicas com autoridades paulistas para tentar conter o crescimento de óbitos.

Em São Paulo, foram verificados 328 casos da gripe suína, sendo que 55 levaram o paciente a óbito. Em todo o país, foram 388 casos e 61 deles com morte. Em todo o ano passado, os 2614 casos levaram a 351 mortes.

Grupo prioritário

Porcentagem de vacinados

Puérperas (até 45 dias após parir)

100

Trabalhadores de saúde

93

Crianças de até dois anos

88,4

Idosos

82,3

Indígenas

74,7

Gestantes

73,6

 Números

Foram aplicadas 32,4 milhões de doses de vacina para proteção contra a gripe A (H1N1), A (H3N2) e B em todo o país. Entre os grupos prioritários, o que obteve menor percentual de cobertura da vacinação foi o das gestantes, com 73,6%. O grupo com maior cobertura foi o de mulheres com até 45 dias após o parto, que atingiu 100%.

O ministério informou que sete estados não haviam atingido a meta até 12 de maio: Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte. O ministro destacou que, mesmo em estados nos quais a meta foi atingida, é preciso atenção de municípios que não cumpriram o percentual ou de grupos específicos dentro de cada localidade.

“O fato de termos superado a meta nacional não significa a superação da meta estadual ou dos municípios. É necessário que façam ações, prorroguem campanha de vacinação e realizem busca ativa dos grupos de risco. Há proporção maior de gestantes que não se vacinam”, disse, ao ressaltar que é preciso superar o mito de que a vacina pode causar efeitos colaterais.

Segundo ele, os profissionais também foram orientados para receitar tamiflu assim que surgirem suspeitas de gripe H1N1 e que outras pessoas do convívio pessoal também devem tomar o medicamento. “O Tamiflu tem que estar mais perto, retiramos regra mais restritiva para receitar, dupla receita. O remédio não tem que ficar trancado dentro do posto de enfermagem.”

De acordo com Padilha, “não se confirmou a dúvida de que o uso disseminado [do Tamiflu] poderia causar resistência ao vírus”.

O ministro Alexandre Padilha fez um apelo para que aqueles que ainda não se vacinaram compareçam aos postos de saúde em razão da proximidade do inverno mais rigoroso.

“Para que a vacina tem grau maior de proteção, é preciso ser tomada de 10 a 15 dias antes da chegada do inverno mais rigoroso. Sua duração mais eficaz é de dois meses a dois meses e meio”, disse, ressaltando que é preciso já ter se vacinado quando o frio intenso começar.

Sintomas

Veja abaixo uma tabela que ajuda a diferenciar os sintomas de gripe (comum e H1N1), resfriado e dengue:

 

Características

Resfriado

Gripe (comum e H1N1)

Dengue

Não chega a 38º C

Costuma ser alta, acima de 38º C

Alta, de início súbito

Fraca

Intensidade média

Forte

Fraca

Intensidade média

Forte. Também causa dor nos ossos e nas articulações, razão pela qual também é conhecida como “doença quebra-ossos”

Pode haver

Pode haver

Não

Fraca

Geralmente forte

Não

Sim

Sim

Não

Sim

Sim

Sim, com tontura e moleza

Fraco

Médio

Intenso

Intensa

Intensa

Não

Intenso

Intenso

Não

Não

Pode haver

Pode haver

Apenas quando há conjuntivite associada

Apenas quando há conjuntivite associada

Sim, e piora com o movimento dos olhos

Não

Não

Sim, principalmente no tórax e nos braços. É mais comnum na dengue hemorrágica ou na fase final do tipo clássico

Não

Sim, associados à febre

Sim, associados à febre

 

Comum e associado à perda do paladar e do olfato

Comum e associado à perda do paladar e do olfato

Comum e associado à perda do paladar

Geralmente não há, mas pode evoluir para uma sinusite

Pneumonia, broncopneumonia, otite, bronquite, sinusite e insuficiência respiratória

Ocorrem nos casos mais graves, como o tipo hemorrágico. Pode haver sangramento, insuficiência circulatória e choque, entre outros problemas, sendo capaz de levar à morte

De dois a quatro dias. Em fumantes, pode chegar a uma semana

Uma semana

De 10 a 12 dias

Fontes: Infectologista Caio Rosenthal, do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas; clínico geral e infectologista Paulo Olzon, da Escola Paulista de Medicina/Unifesp, e Ministério da Saúde

 

 

Fonte: Bem Estar

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