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Bater para educar torna crianças problemáticas, afirma estudo

Geral – 08/02/2012 – 17:02

Adicionando mais combustível ao polêmico tema de bater em crianças, dois especialistas canadenses em desenvolvimento infantil publicaram uma nova análise. Segundo eles, o castigo físico implica em riscos graves para o desenvolvimento da criança a longo prazo.

No estudo, publicado online anteontem no Canadian Medical Association Journal, os autores analisaram duas décadas de pesquisa e concluíram, “praticamente sem exceção, que esses estudos demonstraram que a punição física foi associada com maiores níveis de agressão contra os pais, irmãos, colegas e cônjuges”.

Enquanto estudos mostram que o uso da palmada tem diminuído nos Estados Unidos desde os anos 1970, muitos pais ainda acreditam que a violência é uma forma aceitável de punição. Um estudo da Universidade da Carolina do Norte realizado em 2010 revelou que quase 80% das crianças em idade pré-escolar nos Estados Unidos apanham dos pais.

“Nosso estudo deve ser usado na orientação aos pais dada por médicos e profissionais sobre o tema”, disse o coautor Joan Durrant, psicólogo infantil clínico e professor de Ciências Sociais da família da Universidade de Manitoba, em Winnipeg.

Além de substancial evidência de que as crianças que apanham se tornam mais agressivas, os autores observam que o castigo físico está associado a diversos problemas de saúde mental, incluindo ansiedade, drogas, depressão e abuso de álcool. Além disso, estudos recentes mostraram que o castigo físico pode alterar partes do cérebro ligadas ao desempenho em testes de QI e aumentar a vulnerabilidade à dependência de drogas ou álcool, segundo os autores.

Muitos pais são céticos quanto aos resultados de pesquisas sobre palmada. Para eles, o uso das palmadas é consequência do comportamento agressivo, e não o contrário. Mas o coautor do estudo diz que os pesquisadores foram capazes de separar as causas.

“Crianças mais agressivas tendem a apanhar mais, mas a punição não reduz a agressividade dessas crianças, e sim a agrava”, disse Ron Ensom, que trabalhou como assistente social no Hospital Infantil de Ontário, em Ottawa.

“Quando os pais de crianças agressivas aprendem a reduzir o uso da palmada, e realmente o reduzem, o nível de agressividade de seus filhos cai”, disse Ensom. “Ao acompanhar crianças com o mesmo nível de agressividade por anos, o estudo observou que aqueles que apanham tendem a ficar mais agressivos ao longo do tempo”.

Os autores instaram os médicos a ajudar os pais a aprender métodos não-violentos e eficazes para a disciplina, mas uma psicóloga infantil norte-americana avaliou que faltou ao estudo fornecer exemplos destes métodos.

“Eles fizeram um bom trabalho em analisar toda a investigação, e é sempre bom reforçar a mensagem, especialmente para os médicos mais novos”, disse Mary Alvord, psicóloga infantil com consultório particular em Maryland, nos EUA. “Só faltou dar o próximo passo e informar aos médicos métodos para mostrar aos pais o que fazer, em vez de focar tanto no que eles não devem fazer”.

“Os pais muitas vezes se sentem impotentes nestas situações. Eles querem que a criança entenda que fez algo errado”, disse Alvord. “Então eu não repreendo estes pais, mas tento explicar que há formas mais eficazes de educar”.

Fonte: Ig

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