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Petição quer evitar que pastor assuma Comissão dos Direitos Humanos

Esporte – 02/03/2013 – 10:03

Deputado do PSC é alvo de críticas de ativistas por conta de comentários considerados racistas e homofóbicos Foto: Reprodução

A possibilidade de que um deputado ligado a setores da igreja evangélica assuma a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara causou revolta nas redes sociais nesta sexta-feira. Acusado de homofobia e racismo por comentários feitos no Twitter em 2011, o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) é um dos cotados para presidir a comissão, que está reservada para seu partido. Diante deste cenário, ativistas organizaram uma petição online exigindo a destituição do pastor do cargo, caso seja efetivamente escolhido.

O PSC deve indicar o escolhido apenas na próxima terça-feira, mas o nome de Feliciano, vice-líder da bancada do partido, circula nas redes sociais como um mais cotados para assumir o posto. Às 19h desta sexta-feira, a petição online contra a presença do pastor na presidência da comissão registrava mais de 24 mil assinaturas.

Em 2011, Pastor Marco Feliciano foi acusado de ser racista após postar uma mensagem no Twitter. No texto, o deputado afirmava que “africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato”. Posteriormente, Feliciano afirmou em seu site que não é racista, mas “brasileiro com um sangue miscigenado, por africanos, índios e europeus”. Com relação à suposta maldição de Noé, ele citou trechos da Bíblia e afirmou que “Noé amaldiçoa o descendente de Cão, ou seja, toda a sua descendência”. Em seguida, ele citou um historiador hebreu, Flavio Josefo, e disse que dentre os descendentes de Cão estão os africanos, também amaldiçoados. No entanto, ele afirmou que “milhares de africanos têm devotado sua vida a Deus e por isso o peso da maldição tem sido retirado”.

Nesta sexta-feira, o deputado voltou a usar o Twitter para rebater os ataques que vem recebendo. “Nunca me passou pela cabeça presidir a Comissão de Direitos Humanos, mas agora com tanto ataque, deu até vontade”, disse o pastor. “Nos acordos firmados e partilhas efetuadas pela proporcionalidade, coube ao PSC a Comissão de Direitos Humanos. O PSC, que traz em sua sigla a marca da sua fé. Uma fé que sabe o que é segregação, perseguição e preconceito, atuará com dignidade”, discursou no microblog.

“O PSC tem a marca da proteção da família, é contra o aborto, que é uma violação contra os direitos humanos. As minorias reais, ou seja, aquelas que não têm vez e nem voz, e que buscam direitos e não privilégios, terão nosso apoio incondicional. Os índios, os negros, os quilombolas, as mulheres, todos os credos, os injustiçados, sejam homo ou héteros, serão abraçados pela comissão. O PSC tem compromisso com a democracia em sua plenitude, mas não abre mão de sua ideologia cristã, a mais inclusiva de todas as filosofias”, completou.

O deputado se disse vítima de uma campanha difamatória por parte de ativistas dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT). “Os ativistas gays (estão) desesperados pela possibilidade do meu partido PSC assumir a Comissão de Direitos Humanos. Acalmem-se. Vai dar tudo certo. Eu já havia feito esta denúncia de que os ativistas gays tomaram posse da Comissão de Direitos Humanos, e por lá fazem o que querem. (…) A arte maligna dos ativistas, herança fascista, denegrir a imagem de alguém pra que este não seja respeitado. Estão amedrontados”, disparou.

Segundo Feliciano, o partido está sofrendo pressões dentro da Câmara para que ele não seja indicado. “Olhem a trama, mais de 10 parlamentares que foram membros dessa comissão ligaram para o líder do PSC pedindo para que eu não assuma a comissão”, tuitou. Como forma de contra-atacar, partidários de Feliciano lançaram uma segunda petição em que se manifestam a favor de que o deputado seja o presidente da comissão. Até as 19h, porém, a petição pró-Feliciano tinha coletado apenas 370 assinaturas.

Fonte: Portal Terra

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A balança comercial da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) registrou uma queda de US$ 300 milhões nas exportações de alimentos industrializados em agosto, o que representa uma retração de 4,8% em relação a julho. No total, o setor exportou US$ 5,9 bilhões no mês. O principal fator para a queda foi a redução nas compras dos Estados Unidos, que importaram US$ 332,7 milhões em agosto — queda de 27,7% em relação a julho e de 19,9% na comparação com agosto de 2024. TARIFA Segundo a ABIA, o resultado reflete a nova tarifa de 50% imposta pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros, além da antecipação de embarques em julho, antes da entrada em vigor da medida. Em julho, os EUA haviam importado US$ 460,1 milhões em alimentos industrializados do Brasil. Os produtos mais afetados foram: Açúcares: queda de 69,5% Proteínas animais: recuo de 45,8% Preparações alimentícias: baixa de 37,5% INFLEXÃO “O desempenho das exportações nos dois últimos meses evidencia uma inflexão clara: o crescimento expressivo de julho foi seguido por ajuste em agosto, sobretudo nos EUA, impactados pela nova tarifa, enquanto a China reforçou seu papel como mercado âncora”, afirmou João Dornellas, presidente executivo da ABIA. Segundo Dornellas, a retração indica a necessidade de o Brasil diversificar seus parceiros comerciais e ampliar sua capacidade de negociação. MÉXICO Com a queda nas exportações aos EUA, o México despontou como um dos mercados em ascensão. As exportações para o país cresceram 43% em agosto, totalizando US$ 221,15 milhões — cerca de 3,8% do total. O principal produto comprado pelos mexicanos foram proteínas animais. “O avanço do México, que coincide com a retração das vendas aos Estados Unidos, indica um possível redirecionamento de fluxos e a abertura de novas rotas comerciais, movimento que ainda requer monitoramento para identificar se terá caráter estrutural ou apenas conjuntural”, afirmou a ABIA. IMPACTO A projeção da entidade é de que os impactos da tarifa norte-americana se intensifiquem no acumulado de 2025. Entre agosto e dezembro, a estimativa é de uma retração de 80% nas vendas para os EUA dos produtos atingidos pela tarifa, com perda acumulada de US$ 1,351 bilhão. CHINA A China manteve a liderança entre os compradores de alimentos industrializados brasileiros, com importações de US$ 1,32 bilhão em agosto — alta de 10,9% sobre julho e de 51% em relação ao mesmo mês de 2024. O país asiático respondeu por 22,4% das exportações do setor no mês. OUTROS Outros mercados apresentaram desempenho negativo: Liga Árabe: queda de 5,2%, com US$ 838,4 milhões importados União Europeia: retração de 14,8% sobre julho e de 24,6% na comparação com agosto de 2024, com compras de US$ 657 milhões No acumulado de janeiro a julho de 2025, as exportações do setor somaram US$ 36,44 bilhões, uma leve queda de 0,3% em relação ao mesmo período de 2024. A principal causa foi a menor produção de açúcar durante a entressafra. SUCO Um dos poucos segmentos que registrou crescimento foi a indústria de suco de laranja, que não foi afetada pelas tarifas. Em agosto, o setor teve alta de 6,8% em relação a agosto de 2024, embora tenha recuado 11% frente a julho por causa da antecipação de embarques. EMPREGO A indústria de alimentos fechou julho com 2,114 milhões de empregos formais e diretos. No comparativo interanual, o setor criou 67,1 mil novas vagas entre julho de 2024 e julho de 2025, o que representa crescimento de 3,3%. Somente em 2025, foram abertos 39,7 mil postos diretos e outros 159 mil na cadeia produtiva, incluindo agricultura, pecuária, embalagens, máquinas e equipamentos.