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‘Era meu dia de teste’, diz vítima de intoxicação em curtume

Geral – 02/02/2012 – 08:02

Desempregado conta que socorreu duas pessoas e desmaiou. Sem consequências graves, vítima foi medicada e liberada de hospital.

O desempregado Ademir Ribeiro de Carvalho, de 43 anos, tinha acabado de completar o teste de emprego para trabalhar em um curtume de Bataguassu, a 335 km de Campo Grande, quando um vazamento de gás tóxico atingiu a unidade, deixando mortos e feridos na manhã de terça-feira (31). “Foi uma correria e eu só vi gente caindo no chão”, contou ao G1.

O teste, segundo Ademir, consistia em pendurar peças brutas de couro nos ganchos de uma esteira que as transporta até uma máquina para retirar mecanicamente a carne do produto. “O técnico em segurança me mandou subir até a sala para dizer se tinha passado ou não no teste, na hora que tudo aconteceu”, diz o desempregado, que já tinha trabalhado em outros complexos frigoríficos e estava com esperanças de ficar com a vaga.

Quando o alarme soou e os funcionários começaram a gritar, Ademir teve duas reações distintas. “Saí dali porque sabia que não pode ficar ninguém, quando dá o sinal. Só que voltei para ajudar e fui atingido. Não sabia que era gás”, explica. Antes de desmaiar por causa dos gases tóxicos, Ademir conta que ajudou um homem que estava sentado no chão, com a língua travada, e uma mulher que chorava muito a deixar a área. “Não tenho nem ideia de quem eram aquelas pessoas”, completa.

Na Santa Casa de Bataguassu, o desempregado recebeu os primeiros socorros e foi liberado. Ademir afirma que conseguiu ajudar as vítimas porque já tinha feito curso de primeiros socorros em outra fábrica onde trabalhou por alguns anos.

Recuperado e ao lado da família, Ademir diz que teme não ser aproveitado pela empresa após o incidente. “Não sei o que vai acontecer com o frigorífico, se o curtume vai parar. Nem vi outra vaga de emprego, eu estava esperando por eles mesmo”, afirma.

O caso

O vazamento ocorreu na terça-feira (31), quando um funcionário da empresa descarregava uma substância utilizada para retirar os pelos dos couros em um tanque. Segundo o Corpo de Bombeiros, houve uma reação química provocando grande volume de gás.

Ainda conforme os bombeiros, três funcionários que estavam em uma estrutura acima do local onde a substância era descarregada, caíram desmaiados e um quarto tentou descer pelas escadas mas não conseguiu. Os quatro morreram. Entre eles estão as duas vítimas sepultadas nesta tarde em Bataguassu.

O Corpo de Bombeiros aponta ainda que o homem que descarregava a substância ainda conseguiu fechar a válvula que liberava o produto no tanque antes de se afastar e que funcionários próximos do local começaram a apresentar mal-estar, logo em seguida.

Segundo o hospital municipal de Bataguassu, os funcionários da empresa que haviam sido internados com sintomas de intoxicação já foram liberados. No total, 28 passaram mal, mas 21 permaneceram no hospital. Deste total, até ontem à noite, oito permaneciam na instituição e foram liberados na manhã desta quarta-feira (1º).

Fonte: Hélder Rafael

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