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Árbitro brasileiro do UFC lida com fãs e brinca com passado baladeiro

Esporte – 02/02/2013 – 17:02

O UFC conta com muitos ídolos brasileiros. Anderson Silva, Junior Cigano, Vitor Belfort e José Aldo são alguns dos lutadores que recebem a atenção da torcida do País. Entretanto, não só somente os atletas que ganharam o público. O principal torneio de MMA do mundo conta com um árbitro paulista, que já é um veterano no mundo das lutas e vem gozando de um pouco do prestígio dos lutadores.

Mário Yamasaki, 48 anos, começou a trabalhar como árbitro em 1994, nos Estados Unidos, quando o MMA ainda era um esporte buscando seu espaço e rotulado como “vale tudo”. O paulista acompanhou a evolução da modalidade e cresceu junto com o próprio UFC, além de ter trabalhado em eventos como o WEC e o Strikeforce.

Yamasaki participou do UFC São Paulo, que ocorreu no Ginásio do Ibirapuera, no último dia 19, e foi assediado por torcedores enquanto entrava rapidamente na arena. Algo que já faz parte de sua rotina.

Em entrevista ao Terra, o árbitro falou sobre a evolução do MMA, seu passado como lutador (que foi prejudicado por ter misturado baladas com treinos) e as polêmicas que ainda envolvem o esporte. Confira a seguir.

Terra – Os lutadores brasileiros são cada vez mais valorizados aqui no Brasil. Isso acontece com você também? Recebe esse tipo de feedback de árbitros brasileiros?

Mário Yamasaki – Sim, claro. Sou o único brasileiro, mas com a vinda do UFC deu uma explosão muito grande. Eles já têm um programa que vamos lançar nesse ano para certificar os árbitros brasileiros para tentar atuar no UFC.

Yamasaki: “saí daqui há 22 anos tratado como pitbull, com todo mundo dizendo que vale tudo não prestava, e voltamos com esse glamour” (Foto: Ricardo Matsukawa/Terra)

Terra – Costuma ser parado na rua para autógrafos e fotos quando vem para o Brasil?

Mário Yamasaki – Sim. Para mim é maravilhoso. Saí daqui há 22 anos tratado como pitbull, com todo mundo dizendo que vale tudo não prestava, e voltamos com esse glamour. E ainda bem que está indo por um rumo bom. Quem luta não briga.

Terra – Quem são os lutadores mais difíceis de lidar? Brasileiros, americanos?

Mário Yamasaki – Não tem. Depende da personalidade de cada lutador. Tem brasileiro que é ruim, tem americano que é difícil. Nick Diaz é ruim de lidar (risos).

Terra – Você é faixa preta em judô e jiu jitsu, certo? Chegou a competir e conseguir grandes resultados? Por que não o vemos com medalhas ou cinturão?

Mário Yamasaki – Treinei com a seleção brasileira. Mina família inteira lutava, mas nunca me dediquei o bastante para chegar a esse nível. Eu queria misturar um pouco de balada com treino (risos).

Terra – As regras do MMA atual mudaram bastante desde o antigo vale tudo, tanto para proteger o atleta quanto também para atingir um público maior. Acha que ainda pode haver mais mudanças?

Mário Yamasaki – Com certeza. Quando começaram, na época não tinha tempo de luta, começou a montar o tempo de lutar e regras para abertura na televisão. Isso fez popularizar. O MMA ainda está em sua infância, então acho que ainda pode mudar. Algumas coisas na pontuação, nos rounds. As pontuações e as regras vieram muito baseadas no boxe, e isso pode mudar um pouco.

Terra – O perfil do lutador mudou bastante desde que você começou a arbitrar?

Mário Yamasaki – Hoje ele tem que saber muito mais coisas de outras artes. Ficou muito mais fácil para trabalhar. Tem muito mais cara qualificado para lutar.

Terra – Você já arbitrou uma luta em que alguém se machucou seriamente?

Mário Yamasaki – Nunca. Só cortes mesmo.

Terra – A decisão de quem arbitra as lutas é feita pelas comissões atléticas. Como é ter que lidar com críticas de gente como o Dana White (presidente do UFC), que não se segura pra dizer o que pensa. Ele já chamou o Steve Mazzagatti de o pior da história…

Mário Yamasaki – É normal, porque árbitro tem dessas. Faz parte do negócio. Não tem jeito. A gente escuta. Minha mãe, coitadinha, escuta muita coisa ruim da torcida (risos). Mas o MMA ainda não tem tantos fanáticos como o futebol. Lá tem gente que morre por isso. Seria bom se no futebol se torcesse como fazemos no MMA.

Terra – Você passou por uma atuação polêmica no UFC Rio 2, quando anulou a vitória do Erick Silva por golpes na nuca do Carlo Prater. Para muita gente, inclusive para o UFC, a decisão foi equivocada. Lembrando disso meses depois, você mantém sua decisão?

Mário Yamasaki – A regra é bem clara. Se fala para o rapaz não bater mais de uma vez em um lugar proibido, ele pode ser punido. Eu falei com ele três vezes, então minha interpretação é de que foi proposital. Depois que falei com ele, ele me disse que não fala inglês, e eu estava falando em inglês com ele. Se eu soubesse, tinha falado em português e teria sido totalmente diferente. Mas são palavras técnicas. São profissionais, deveriam saber.

Terra – Você é corintiano, certo? O que acha dessa união recente entre futebol e MMA?

Mário Yamasaki – Sim, sou corintiano. Eu acho que o patrocínio é ótimo. O MMA vem indo para o lado do bem, então que passei isso para o futebol e que ensine isso. Todos no MMA são da paz, do bem.

Fonte: Portal Terra

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