Vazio deixado no canteiro central foi rapidamente preenchido; aumento de pedintes em diferentes regiões da cidade preocupa moradores e expõe limites das políticas públicas
Menos de um mês após a retirada de Adriano — conhecido como “Cheiroso” — do canteiro da Avenida Filinto Müller, o mesmo espaço já voltou a ser ocupado. Na manhã deste sábado, dia 28, moradores e comerciantes constataram que outro homem passou a utilizar o ponto para pedir ajuda, repetindo a cena que por anos marcou a paisagem urbana do cruzamento com a rua Paranaíba.
A mudança ocorre poucos dias depois da mobilização que resultou na internação de Adriano, no último dia 4, para tratamento especializado em saúde mental. Na ocasião, equipes de assistência social, saúde e autoridades municipais promoveram a retirada do morador do local, em uma ação que foi celebrada como avanço humanitário, mas também levantou questionamentos sobre a capacidade do município de oferecer soluções duradouras para pessoas em situação de extrema vulnerabilidade.
O retorno da ocupação ao mesmo ponto revela que, apesar da intervenção pontual, o problema permanece estrutural. Além do novo pedinte instalado no canteiro central, outros homens e mulheres em situação de rua têm sido vistos em diferentes regiões da cidade, sobretudo em semáforos, áreas comerciais e proximidades de supermercados, pedindo ajuda financeira.
O canteiro que por anos foi endereço informal de um homem agora abriga outro. A paisagem muda, os rostos se alternam, mas o desafio permanece.
Com informações de Marco Campos


