Ministros de mais de 160 países buscam consenso sobre financiamento climático, adaptação e metas de redução de emissões
A COP30 entrou nesta segunda-feira em sua semana final com a chegada de representantes de alto escalão e a expectativa de acelerar as negociações mais delicadas da conferência. Cerca de 160 ministros e autoridades de diversos países participam da plenária de alto nível, que discute pontos centrais como financiamento para ações climáticas, parâmetros de adaptação e mecanismos para monitorar e implementar metas de redução de emissões. A abertura dos trabalhos foi conduzida pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que destacou a urgência de transformar compromissos em ações concretas. Segundo ele, o mundo já ultrapassou “o tempo das promessas”, e cada fração de grau adicional no aquecimento global representa mais riscos, desigualdade e perdas, especialmente para quem menos contribuiu com o problema.
Nesta etapa, as negociações deixam o campo técnico e avançam para o político, envolvendo ministros do meio ambiente e outras lideranças que podem fechar os acordos finais. Segundo a organização, houve progresso significativo entre os 145 itens da agenda, mas temas como adaptação, transição justa e financiamento climático continuam exigindo consenso. Entre os assuntos em destaque está a definição de até cem indicadores de adaptação, abrangendo dimensões nacionais, temáticas e de implementação — incluindo financiamento, capacitação e tecnologia. Também há expectativa em relação ao papel dos povos indígenas e comunidades tradicionais, especialmente sobre como sua governança pode fortalecer novos mecanismos de financiamento climático.
Outro avanço envolve a inclusão nas negociações de dois temas que antes não tinham consenso: os caminhos para o fim gradual dos combustíveis fósseis e para o desmatamento zero. Apesar disso, o financiamento climático segue como um dos maiores impasses. O Artigo 9.1 do Acordo de Paris, que determina que países desenvolvidos devem prover recursos financeiros para nações em desenvolvimento, volta ao centro do debate. Após a COP29 definir em US$ 300 bilhões anuais o volume de financiamento — valor considerado insuficiente — as presidências das COP29 e COP30 sugeriram ampliar esse montante para até US$ 1,3 trilhão ao ano. No entanto, ainda não há segurança de que compromissos nessa escala avancem, apesar de países em desenvolvimento defenderem que tal volume é essencial para enfrentar a emergência climática.
Com negociações intensas previstas até o fim da semana, a conferência concentra esforços em alinhar interesses globais e garantir que a natureza e os direitos dos povos tradicionais estejam no centro das decisões, na tentativa de transformar esta COP em um marco de avanço efetivo nas ações climáticas.
Com informações Agência Brasil


