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terça-feira, 28 de outubro, 2025

Mesmo após um mês, investigações sobre intoxicação por metanol em bebidas continuam no país

Autoridades avançam na apuração de falsificação e reforçam ações de controle e prevenção em várias regiões

Trinta dias após a divulgação dos primeiros nove casos suspeitos de intoxicação por metanol em bebidas, em 26 de setembro, autoridades de saúde e segurança pública intensificaram medidas de combate à contaminação. A testagem ganhou agilidade, permitindo confirmar ou descartar suspeitas em ritmo acelerado.

RESPOSTA
Hospitais de referência foram estruturados mesmo em regiões sem casos confirmados, como nos estados do Norte e Centro-Oeste. Os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) lideraram a detecção dos casos, enquanto equipes da vigilância sanitária e das polícias estaduais atuaram nos locais de venda e consumo de bebidas suspeitas.

ORIGEM
As investigações indicaram que a contaminação teve origem em bebidas falsificadas, produzidas com álcool combustível adulterado e contendo metanol. Desde o primeiro alerta do Ciatox de Campinas (SP) até a identificação de postos de combustível no ABC paulista ligados à fraude, passaram-se vinte dias. Nesse período, foram registrados 58 casos e 15 mortes, a maioria em São Paulo.

EVOLUÇÃO
Casos também surgiram em outros estados, como Paraná e Pernambuco, mas ainda sem confirmação de vínculo com os produtos falsificados da Grande São Paulo. Desde o início, o Ciatox associou as ocorrências à ingestão de diferentes tipos de destilados adulterados e considerou o surto fora do padrão histórico.

AÇÕES
Mesmo com o alerta inicial, o consumo não caiu imediatamente. A mobilização nacional só ocorreu na semana seguinte, com a criação, em 7 de outubro, de um comitê federal para coordenar ações. No mesmo dia, o governo anunciou o envio de nova remessa de etanol farmacêutico e a compra do antídoto fomepizol, visando fortalecer os hospitais de referência.

CONFIRMAÇÃO
Em 8 de outubro, o Instituto de Criminalística de São Paulo confirmou que o metanol encontrado nas bebidas foi adicionado de forma intencional, em níveis muito acima do natural. No dia seguinte, a Polícia Técnico-Científica implementou um novo protocolo de análise, reduzindo o tempo para identificação das amostras adulteradas.

CIÊNCIA
Pesquisadores também contribuíram com soluções tecnológicas. Um dos destaques é o “nariz eletrônico” desenvolvido pelo Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), capaz de detectar metanol em uma gota de bebida. “O nariz eletrônico transforma aromas em dados que alimentam uma inteligência artificial, capaz de reconhecer a assinatura do cheiro de cada amostra”, explicou o professor Leandro Almeida.

BALANÇO
De acordo com o último boletim, divulgado em 24 de outubro, há 58 casos confirmados e 50 sob investigação. O número de mortes chegou a 15, nove em São Paulo, seis no Paraná e seis em Pernambuco, enquanto nove óbitos permanecem em análise. Mais de 630 notificações foram descartadas.

POLÍTICA
O caso também chegou ao Legislativo. Em São Paulo, uma CPI será aberta nesta terça-feira para ouvir autoridades sobre o combate à falsificação de bebidas. Na Câmara dos Deputados, deve ser votado nesta semana o Projeto de Lei 2307/07, que propõe tornar crime hediondo a adulteração de alimentos e bebidas.

Com informações Agência Brasil

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