25.9 C
Três Lagoas
terça-feira, 4 de novembro, 2025

Vacinação contra a covid também protege o coração, aponta consenso europeu

Documento reforça eficácia da imunização na prevenção da covid longa e de complicações cardiovasculares associadas ao vírus

A vacinação contra a covid-19 protege não apenas contra as formas graves da doença, mas também reduz significativamente o risco de complicações prolongadas, como a covid longa e doenças cardiovasculares associadas ao vírus. É o que aponta um novo consenso clínico publicado nesta quinta-feira (18) na European Journal of Preventive Cardiology (Revista Europeia de Cardiologia Preventiva).

Segundo o documento, elaborado por cinco entidades médicas da área cardíaca da Europa, a vacinação com ao menos duas doses reduz o risco de covid longa em mais de 40% quando comparada a pessoas não vacinadas.

Além disso, o consenso destaca que a imunização também pode ajudar pacientes que desenvolvem covid longa mesmo sem nunca terem sido vacinados, contribuindo para a redução dos sintomas.

As entidades reforçam ainda a importância das doses de reforço, especialmente para grupos de alto risco, como idosos, imunocomprometidos e pessoas com doenças crônicas. Nesses casos, a vacinação continua sendo considerada “a pedra angular da prevenção”.

COMPLICAÇÕES

O documento reúne diretrizes para a prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de efeitos cardíacos associados à covid-19 e à covid longa.

Assinam o texto:

  • Associação Europeia de Cardiologia Preventiva
  • Associação Europeia de Imagem Cardiovascular
  • Associação de Enfermagem Cardiovascular e Profissões Afins
  • Associação Europeia de Intervenções Cardiovasculares Percutâneas
  • Associação de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Europeia de Cardiologia

Entre as principais complicações cardíacas que podem ocorrer após a infecção pelo vírus estão:

  • Miocardite
  • Pericardite
  • Infarto agudo do miocárdio
  • Acidente vascular cerebral (AVC)
  • Trombose
  • Embolia pulmonar

Pessoas que tiveram covid têm risco duas vezes maior de desenvolver doenças cardiovasculares. Para aquelas que precisaram de hospitalização, esse risco sobe para quatro vezes, e pode se manter elevado por até três anos após a infecção.

PERSISTÊNCIA

Estima-se que cerca de 100 milhões de pessoas no mundo convivem com a covid longa atualmente. Destas, 5 milhões apresentam sintomas relacionados ao sistema cardiovascular, como:

  • Angina
  • Falta de ar
  • Arritmia
  • Insuficiência cardíaca
  • Fadiga
  • Tontura

As evidências científicas apontam maior incidência de covid longa em idosos, mulheres e pessoas com comorbidades como asma, DPOC, ansiedade, depressão, hipertensão, diabetes e doenças cardíacas preexistentes.

O consenso recomenda que esses grupos sejam acompanhados de forma mais rigorosa, com foco na detecção precoce de sintomas e possibilidade de intervenções antecipadas.

“Como os sintomas cardiovasculares podem surgir semanas ou até anos após a infecção aguda, as estratégias de prevenção devem começar com a educação precoce do paciente”, diz o texto. A ideia é alertar sobre sinais de condições graves de progressão lenta, como miocardite e trombose, para que o diagnóstico e o tratamento não sejam retardados.

ORIENTAÇÃO

Além do monitoramento clínico, os pesquisadores reforçam a necessidade de medidas preventivas no estilo de vida, como:

  • Controle da pressão arterial
  • Redução de gorduras e açúcar no sangue
  • Abandono do tabagismo
  • Prática de atividade física
  • Alimentação saudável

Apesar dessas medidas, o documento é categórico: “a vacinação permanece a única medida preventiva comprovada”.

SEGURANÇA

O consenso também esclarece que eventos adversos após a vacinação são raros, geralmente leves e com boa evolução clínica. Um dos estudos analisados mostrou que, entre mais de 2,5 milhões de pessoas vacinadas, apenas 54 casos de miocardite foram registrados, a maioria leve ou moderada.

“Apesar do risco raro de eventos adversos, as vacinas contra a covid-19 reduzem significativamente a gravidade da doença aguda e da covid longa”, reforça o documento.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, afirma que o risco de miocardite é significativamente maior na infecção pela covid-19 do que como reação à vacina.

“A covid-19 leva a miocardite com uma frequência maior e com uma gravidade também muito mais avançada”, explica.

CALENDÁRIO

Kfouri lembra que a vacinação segue indicada para diversos grupos:

  • Pessoas acima de 60 anos: duas doses por ano, com intervalo de 6 meses
  • Imunocomprometidos: duas doses anuais, independentemente da idade
  • Gestantes: vacinação durante toda a gestação
  • Portadores de doenças crônicas: uma dose anual

Desde 2024, a vacina contra a covid-19 também faz parte do calendário básico infantil no Brasil. A primeira dose deve ser aplicada aos 6 meses de idade, com esquema completo para garantir a resposta imune adequada.

“Hoje, as maiores incidências de hospitalização por covid-19 estão concentradas nos idosos e nas crianças menores de cinco anos”, alerta Kfouri.

Com informações Agência Brasil

Deu na Rádio Caçula? Fique sabendo na hora!
Siga nos no Google Notícias (clique aqui).
Quer falar com a gente? Estamos no Whatsapp (clique aqui) também.

Veja também

Homem finge ser deficiente e é desmascarado pela polícia em frente a banco no centro de Três Lagoas

Natural de Uberlândia (MG), o homem usava muletas para simular deficiência e pedir dinheiro.

Cabos de internet quase cortam pescoço de jovem em Três Lagoas

João Victor Araújo de Souza seguia para a faculdade quando foi atingido pelo fio e encaminhado ao hospital com um ferimento grave no pescoço Um...

Três Lagoas realiza mutirão de vacinação neste sábado para emissão da DVA

Ação da Secretaria de Saúde acontece em todas as UBSs do município e garante documento obrigatório para matrícula escolar de 2026