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quinta-feira, 18 de setembro, 2025

Vacinação contra a covid também protege o coração, aponta consenso europeu

Documento reforça eficácia da imunização na prevenção da covid longa e de complicações cardiovasculares associadas ao vírus

A vacinação contra a covid-19 protege não apenas contra as formas graves da doença, mas também reduz significativamente o risco de complicações prolongadas, como a covid longa e doenças cardiovasculares associadas ao vírus. É o que aponta um novo consenso clínico publicado nesta quinta-feira (18) na European Journal of Preventive Cardiology (Revista Europeia de Cardiologia Preventiva).

Segundo o documento, elaborado por cinco entidades médicas da área cardíaca da Europa, a vacinação com ao menos duas doses reduz o risco de covid longa em mais de 40% quando comparada a pessoas não vacinadas.

Além disso, o consenso destaca que a imunização também pode ajudar pacientes que desenvolvem covid longa mesmo sem nunca terem sido vacinados, contribuindo para a redução dos sintomas.

As entidades reforçam ainda a importância das doses de reforço, especialmente para grupos de alto risco, como idosos, imunocomprometidos e pessoas com doenças crônicas. Nesses casos, a vacinação continua sendo considerada “a pedra angular da prevenção”.

COMPLICAÇÕES

O documento reúne diretrizes para a prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de efeitos cardíacos associados à covid-19 e à covid longa.

Assinam o texto:

  • Associação Europeia de Cardiologia Preventiva
  • Associação Europeia de Imagem Cardiovascular
  • Associação de Enfermagem Cardiovascular e Profissões Afins
  • Associação Europeia de Intervenções Cardiovasculares Percutâneas
  • Associação de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Europeia de Cardiologia

Entre as principais complicações cardíacas que podem ocorrer após a infecção pelo vírus estão:

  • Miocardite
  • Pericardite
  • Infarto agudo do miocárdio
  • Acidente vascular cerebral (AVC)
  • Trombose
  • Embolia pulmonar

Pessoas que tiveram covid têm risco duas vezes maior de desenvolver doenças cardiovasculares. Para aquelas que precisaram de hospitalização, esse risco sobe para quatro vezes, e pode se manter elevado por até três anos após a infecção.

PERSISTÊNCIA

Estima-se que cerca de 100 milhões de pessoas no mundo convivem com a covid longa atualmente. Destas, 5 milhões apresentam sintomas relacionados ao sistema cardiovascular, como:

  • Angina
  • Falta de ar
  • Arritmia
  • Insuficiência cardíaca
  • Fadiga
  • Tontura

As evidências científicas apontam maior incidência de covid longa em idosos, mulheres e pessoas com comorbidades como asma, DPOC, ansiedade, depressão, hipertensão, diabetes e doenças cardíacas preexistentes.

O consenso recomenda que esses grupos sejam acompanhados de forma mais rigorosa, com foco na detecção precoce de sintomas e possibilidade de intervenções antecipadas.

“Como os sintomas cardiovasculares podem surgir semanas ou até anos após a infecção aguda, as estratégias de prevenção devem começar com a educação precoce do paciente”, diz o texto. A ideia é alertar sobre sinais de condições graves de progressão lenta, como miocardite e trombose, para que o diagnóstico e o tratamento não sejam retardados.

ORIENTAÇÃO

Além do monitoramento clínico, os pesquisadores reforçam a necessidade de medidas preventivas no estilo de vida, como:

  • Controle da pressão arterial
  • Redução de gorduras e açúcar no sangue
  • Abandono do tabagismo
  • Prática de atividade física
  • Alimentação saudável

Apesar dessas medidas, o documento é categórico: “a vacinação permanece a única medida preventiva comprovada”.

SEGURANÇA

O consenso também esclarece que eventos adversos após a vacinação são raros, geralmente leves e com boa evolução clínica. Um dos estudos analisados mostrou que, entre mais de 2,5 milhões de pessoas vacinadas, apenas 54 casos de miocardite foram registrados, a maioria leve ou moderada.

“Apesar do risco raro de eventos adversos, as vacinas contra a covid-19 reduzem significativamente a gravidade da doença aguda e da covid longa”, reforça o documento.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, afirma que o risco de miocardite é significativamente maior na infecção pela covid-19 do que como reação à vacina.

“A covid-19 leva a miocardite com uma frequência maior e com uma gravidade também muito mais avançada”, explica.

CALENDÁRIO

Kfouri lembra que a vacinação segue indicada para diversos grupos:

  • Pessoas acima de 60 anos: duas doses por ano, com intervalo de 6 meses
  • Imunocomprometidos: duas doses anuais, independentemente da idade
  • Gestantes: vacinação durante toda a gestação
  • Portadores de doenças crônicas: uma dose anual

Desde 2024, a vacina contra a covid-19 também faz parte do calendário básico infantil no Brasil. A primeira dose deve ser aplicada aos 6 meses de idade, com esquema completo para garantir a resposta imune adequada.

“Hoje, as maiores incidências de hospitalização por covid-19 estão concentradas nos idosos e nas crianças menores de cinco anos”, alerta Kfouri.

Com informações Agência Brasil

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